A 3ª edição do maior campeonato de futebol entre favelas do mundo chegou ao fim. No total, 48 times, sendo 16 femininos e 32 masculinos, compostos por jovens entre 14 e 17 anos, participaram da disputa, desde de agosto. O sábado foi de fortes emoções para as meninas de Ceilândia Sul e para os garotos do Varjão, campeões do Taça das Favelas. Após a premiação times e torcidas aproveitaram uma tarde de música com a participação da cantora Rebeca Realleza e o dos músicos do projeto Samba na Comunidade.
O campeonato que visa dar oportunidade aos jovens talentos de comunidades locais foi uma realização da Central Única das Favelas no DF (CUFA DF) com produção da Rosa dos Ventos e apoio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer do DF.
De acordo com o presidente da CUFA DF, Bruno Kesseler, a edição superou todas as expectativas.
“Apesar da chuva que veio muito forte na final masculina, o evento foi um sucesso. É muito bonito ver os meninos se entregarem de verdade. É muito emocionante poder participar disso tudo e presenciar esse momento, tanto para os meninos quanto para as meninas. O futebol feminino está crescendo muito e poder fazer parte desse crescimento é muito importante”, destaca.
Campeões
O último dia de disputa foi de grandes emoções. Para começar, às 9h, no Arena 310, campo sintético de Samambaia, as meninas do Santa Maria garantiram o 3º lugar. Às 11h10 os times femininos de Ceilândia Sul e Recanto das Emas entraram em campo para uma partida acirradíssima. O resultado foi 1 a 0 para o time de Ceilândia Sul.
Para o técnico do time campeão, Pablo Rizza, a disputa foi concorrida. “Os times foram muito competitivos durante todo o campeonato. Tivemos jogos difíceis, enfrentamos o calor, típico dessa época do ano, e chegamos a essa final que é uma reedição da última Taça. Nós já sabíamos que a outra equipe é muito capacitada, mas felizmente e com muito trabalho conseguimos um bicampeonato. É o que eu digo para as meninas: final a gente não joga, final a gente ganha”, declara orgulhoso.
O segundo jogo e também esperado com muita ansiedade pela torcida que lotou as arquibancadas, aconteceu às 12h40. Samambaia Norte encarou pela terceira vez a final da Taça das Favelas, mas o time da casa não levou a melhor. Os garotos do Varjão venceram a 3ª edição. Foi por pouco, Samambaia Norte fez o primeiro gol ainda no primeiro tempo, o empate veio depois do intervalo e acabou levando o jogo aos pênaltis. Final: 3 a 1 para o Varjão.
Para o camisa 19, Breno Silva Almeida, zagueiro do time e responsável pelo gol da vitória, o resultado foi merecido. “Eu estou muito emocionado, me sinto muito feliz. Acho que nós merecemos, trabalhamos muito para chegar até aqui. O jogo foi muito disputado, depois do intervalo e das instruções do nosso técnico conseguimos voltar com mais força, colocar o time para frente e alcançar a vitória”, comemora.
Abertura
Antes de dar início aos jogos da final, os organizadores do campeonato relembraram a importância da representatividade das favelas e comunidades locais no futebol e em grandes campeonatos.
“Gostaria de agradecer a toda a equipe da CUFA e a todas as mulheres que participaram desse campeonato. Mulheres lutadoras e guerreiras, obrigada por nos representarem em campo, galera! É muito importante para nós mulheres ver vocês aí”, ressaltou Stéffanie Oliveira, presidente da Rosa dos Ventos.
Também esteve presente o secretário de esporte, Leandro Cruz, que durante a cerimônia de abertura ressaltou a relevância do campeonato.
“Gostaria de fazer uma saudação a todos os jogadores e jogadoras que irão disputar a final de hoje. A Taça das Favelas é, sem a menor dúvida, o maior projeto de oportunização com futebol desse país. A Taça das Favelas está em 14 estados e a CUFA está no Brasil inteiro, transformando vidas e criando economia criativa”, declara.
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