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Do Gama para a terra da Copa: confira a projeção de banda local
Banda do Distrito Federal de hardcore, a ARD faz turnê pela Rússia, além de participar de eventos na Mongólia e na Finlândia
Não é só a Seleção Brasileira que está na Rússia. O rock de Brasília também marca presença. A banda de hardcore punk do Gama ARD (After Radioactive Destruction) realiza a turnê Transiberiana 2018 naquele país até julho. Os quatro integrantes — Gilmar (Baixo e Vocal), Virgílio (Guitarra e Vocal), GB (Guitarra) e Sálvio (Bateria) — cruzam o solo russo desde a costa do Pacífico Sul até Moscou, totalizando mais de 11 mil quilômetros percorridos, e tocam em festivais, casas de shows e espaços públicos. Tudo isso a bordo da van Gazelle of Death (Gazela da Morte), do produtor Denis Siggi Alekseev. Além da Rússia, o grupo ainda vai passar por Mongólia e Finlândia.
A turnê só é possível porque, no ano passado, os brasilienses fizeram 16 shows em seis países europeus, inclusive na atual sede da Copa do Mundo. “Nós íamos fazer três datas na Rússia e acabamos fazendo só duas, porque o último lugar era muito distante e a van que ia nos conduzir acabou quebrando”, relembra o vocalista Gilmar. “A gente aproveitou bastante a turnê e foi legal ir à Rússia. O público em Moscou e São Petersburgo era insano”, acrescenta.
O veículo quebrado pertencia ao russo Denis Siggi, que prometeu fazer uma turnê com a ARD. “Ele botou na cabeça e nos falou que na hora que ele consertasse a van ia fazer uma longa turnê com a gente pela Rússia toda. Isso é uma maneira de demonstrar o quanto tinha gostado da gente”, comenta o integrante da ARD. O produtor é conhecido no país euro-asiático por divulgar o trabalho de bandas undergrounds.
O grupo teve a oportunidade de escolher entre quatro opções de datas para realizar o tour Transiberiana 2018, mas nem tinha percebido que o período selecionado era o mesmo do mundial de futebol. Segundo Gilmar, “estar na Rússia na mesma época da Copa do Mundo foi pura coincidência”. “Quando a gente começou a marcar as datas, percebemos que isso ia dar na mesma época do mundial”.
Os integrantes da ARD não são grandes fãs de futebol e, mesmo que fossem, não teriam tempo de assistir aos jogos. “Nós vamos tocar e viajar, tocar e viajar. Porque são 17 shows e, algumas vezes, vamos percorrer mais de mil quilômetros de uma só vez”, afirma o vocalista. Porém, ele enxerga a competição como uma oportunidade para a banda. “Tomara que a presença do Brasil ajude a levar público para os nossos shows.”
A ARD tem mais de 30 anos de estrada e é “genuinamente autoral”. Em toda a trajetória fizeram alguns projetos fora do Brasil e foram bem-aceitos pelo público desses locais. “As pessoas vão por curiosidade, porque somos uma banda brasileira que canta muitas letras em português. Muitos acham o idioma belíssimo e que pega bem o sotaque com o som punk hardcore”, explica Gilmar. Ele ainda complementa que, nas vezes em que o grupo se apresentou em terras distantes, foram vistos como uma novidade. “Porém, foi muito legal, a gente foi muito bem recebido, e os fãs adoraram nosso som”, relembra.
Por Lígia Vieira*
*Estagiária sob supervisão de Igor Vieira
Correio Braziliense – 19/06/2018 07:33