Diante de tantos fatos novos, porém, de certa forma, previsíveis; a educação do Distrito Federal nesse primeiro mês de governo vem sofrendo algumas mudanças pontuais no investimento de algumas escolas que, de acordo com o plano do novo governo, terão uma mudança de administração e mudanças que atingem a todos os usuários da educação pública e privada, como o fim do passe estudantil (participe de nossa enquete) como nós o conhecemos e a implementação das escolas cívico-militares.
Escolas com administração militar (“cívico”-militar)
É claro que precisamos de mudanças nas escolas, porém é necessário que o governo (P)MDBista, leve em consideração o trabalho que vem sendo realizado pelos profissionais das respectivas unidades de ensino. Muitas escolas no DF estão sendo melhoradas gestão após gestão, pois os profissionais dessas escolas conhecem os desafios, porém nem todos os aceitam.
Fato é que a Lei 4.751/2012 determina a gestão democrática do sistema público de ensino, ou seja, para a implementação das escolas cívico-militares é necessário que a maioria do corpo escolar consinta com essa mudança através do voto.
Um interessante acontecimento dessa semana foi uma reunião no colégio CED 07 da Ceilândia, onde militares, pais, alunos, professores e gestores tentaram dialogar sobre a proposta para a unidade de ensino. O ambiente era bastante heterôgeneo, no entanto o diálogo não foi priorizado; há medo das mudanças por parte dos pais e alunos e há receio da mudança por parte dos professores e gestores.
Muitos pais estão preocupados com as taxas e os valores do unifome; muitos alunos estão com medo de que a liberdade de expressão e o respeito as diferenças, querendo ou não foi uma grande conquista dentro das escolas públicas, sejam diretamente atingidos pela mudança.
Já os professores exigem clareza em relação as mudanças e querem ser consultados, claro que esse tipo de exigência não combina com o que é ser militar. Interessante ressaltar que grande pensadores da área da educação pelo mundo afora, ressaltam a importância do aluno participar nas decisões, na autonomia do aluno e priorizam em seus textos a relação horizontal entre aluno e educador. O que de fato não combina com o militarismo.
O investimento por escola será de 19 mil reais por ano, contra os 10 mil atuais. Um dos principais argumento do SinPro-DF é que o governo está segregando o restante dos usuários da educação pública no DF, pois das 638 escolas públicas, o governo só pretende implementar esse modelo em 40 escolas até o fim do mandato e ,nesse primeiro momento, somente em 4 escolas.
Esse modelo já vem sendo implementado em vários estados do Brasil, como no Goiás, Bahia, Amazônia, Roraima e Mato Grosso. Se está dando certo ou não, é um assunto que também dividi opiniões pelo Brasil afora.
Nós do Gama Cidadão, transmitindo a opinião do cidadão, esperamos que o SinPro-DF tenha coerência em relação as exigências e esteja aberto ao diálogo e não somente a imposição, tão dominante nos sindicatos. Como também esperamos que o governo não se esqueça do Plano Distrital de Educação (PDE) e invista nas escolas onde não pretendam implementar o modelo cívico-militar. Não somente esperamos, exigimos investimentos em infra-estrutura, exigimos investimento em capacitação dos professores, exigimos participação democrática nas decisões e exigimos que a educação continue pública e que sempre busque a qualidade tão desejada por todos nós brasilienses para nossos filhos e netos.
Por: Danrley Pereira – Da Redação do Gama Cidadão.
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