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Usar celular na aula ajuda ou atrapalha?

Proibição levanta debate entre professores; no Brasil 80% dos menores de 18 anos usam celular

Usar celulares em sala de aula? Na França, nem pensar. A partir de setembro, quando começa o novo ano escolar, entra em vigor a lei que proíbe terminantemente o uso de celulares nas escolas públicas. Ou seja, alunos de 6 a 15 anos não poderão levar telefones móveis para as escolas, até mesmo desligados.

A “medida de desintoxicação”, conforme ficou conhecida a lei, é uma das promessas de campanha do presidente Emmanuel Macron contra a distração durante as aulas. No país, dados apontam que quase 9 entre 10 adolescentes de 12 a 17 anos possuem um smartphone.  Defendendo a proibição, o ministro francês da Educação, Jean-Michel Blanquer, afirmou que a lei pode servir como uma “mensagem à sociedade francesa”, como também a países do exterior.

E, sim, a “mensagem” chegou ao Brasil, endossando uma discussão que não é novidade. Por aqui, o celular é o meio mais utilizado entre os menores de 18 anos para se conectar à internet – 83% deles, de acordo com uma pesquisa realizada pela TIC Kids, em 2016. Entre as justificativas, 73% dos meninos e 84% das meninas disseram que fazem uso do celular para elaborar trabalhos escolares. No país não há uma legislação quanto ao uso dos aparelhos nas escolas, ficando a cargo das instituições agirem de acordo com suas diretrizes.

A professora de língua portuguesa, Viviane Silva, pondera o uso de aparelhos celulares durante as suas aulas. Trabalhando com alunos da educação básica, ela defende que os dispositivos sejam utilizados apenas com fins pedagógicos. “Eu sou a favor desde que o uso seja feito de forma planejada. O celular pode ser uma boa ferramenta se usado com esta finalidade. Fora disso, prefiro que os aparelhos fiquem desligados dentro da mochila ou em casa mesmo.

Os uso demasiado do telefone durante as aulas também alteram o comportamento dos alunos. “Uma prática bem comum ultimamente é que ninguém quer copiar o conteúdo do quadro”, aponta a professora Viviane Silva. O tradicional “é pra copiar, professora?” foi substituído por celulares apontados para o quadro tirando fotos. “O que me sugere, por exemplo, fazer uma atividade valendo nota com consulta ao caderno só para eles perceberem a importância de fazer anotações. É meio tirano, talvez, mas se a professora não se impõe, eles fazem o que querem”, reflete a professora.

Roberto Paim – Ascom Educa Mais Brasil

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Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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