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Uma imagem fala mais que mil palavras

A visita do Grupo de trabalho Prainha – GTP, formado por ambientalistas, à Estação de Tratamento do Esgoto – ETE de Santa Maria, mantido pela Caesb à margem do córrego alagado, causou grande indignação. Membros da comitiva salientam que uma área com tal potencial deveria ser destinada ao lazer e educação ambiental da comunidade e não para esse fim, até porque essa não é a única solução para o problema. Segundo um dos participantes do grupo, estudos feitos pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA, ainda no governo de Cristovam Buarque (PT), apresentam solução de menor custo e menos impacto ambiental para o tratamento dos dejetos, não apenas da região administrativa de Santa Maria, mas também do Gama e regiões do entorno Sul na mesma estação. No inicio da visita o grupo foi surpreendido com imagens estarrecedoras dos produtos ou material, como é chamada a matéria colhida dos banheiros domésticos. Um comentário logo chamou a atenção: “O esgoto do rico é diferente do esgoto do pobre”. O comentário jocoso foi prontamente esquecido graças à capacidade técnica do técnico da Caesb, Cristiano Mano incumbido de elucidar as dúvidas, aliás, um profissional muito educado e bem preparado para o desempenho da função.

“A Estação de Tratamento de Esgotos do Alagado, trata os esgotos em nível terciário, o que significa que atua na remoção de matéria orgânica, fósforo, microrganismos patogênicos, areia, sólidos grosseiros e nitrogênio. O tratamento mitiga significativamente os poluentes presentes no esgoto doméstico, e a ETE, funciona dentro do esperado. Sem o tratamento de esgotos a situação seria muito, muito pior no ribeirão Alagado”, disse Cristiano.

Mas a cada novo tanque ou bacia, não restava mais a menor duvida: o tratamento é mero paliativo. O mesmo material que é observado no primeiro tanque pode ser constatado no último. O que ocorre é apenas uma redução da quantidade de massa, mas o resultado final é o mesmo. Tanto que a água do balneário fica indisponível para o uso da população. Há, inclusive, relato por parte de técnicos sobre mortes de animais silvestres que se banham nos reservatórios. “É comum aparecerem mortos por aí”, disse um dos operadores que não quis revelar o nome. Outro aspecto preocupante é a informação do operador do sistema sobre falhas de energia elétrica. Durante o período chuvoso é mais comum, essas falhas podem durar um minuto ou um dia inteiro, tudo depende da demanda do órgão mantenedor.

E quando é que a comunidade pode esperar por uma solução definitiva?

Fica a pergunta no ar.

 

O GTP Prainha é responsável por organizar o Seminário de Meio Ambiente previsto para os dias 10 e 11 de junho de 2016, no campus do IFB Gama. Essa informação é importante para as pessoas fiquem cientes da realidade ambiental de sua comunidade e participem do seminário.

Da Redação do portal Gama Cidadão

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Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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