Esporte

Torcedor do Gama não vê a hora de gritar “campeão” após 12 anos

A cidade está mobilizada para empurrar o time ao título

O orgulho voltou. Essa única frase explica o sentimento vivido pelo torcedor do Gama desde o início do Candangão deste ano. O título ainda não veio, visto que resta uma partida da decisão diante do Brasília para ser disputada.

Mesmo assim, já é possível notar uma diferença sensível, sobretudo em relação não só à torcida do Alviverde, mas também em relação à comunidade do Gama, que não vê o time levantar o caneco local desde o já distante ano de 2003. 

Em dia de jogo, alguns metros depois do Viaduto do Periquito já é possível perceber o clima que vive a cidade: faixas anunciam a partida mais próxima, com o intuito de encher o Bezerrão para apoiar o time. A cena se repete mais algumas vezes em outros pontos da cidade. Pelo visto, tem dado certo. A prova é que a torceda do Gama têm crescido a cada rodada do Candangão. As cores verde e branco também predominam na cidade.

Felicidade dos jogadores

Para quem representa o time dentro das quatro linhas, o sentimento de satisfação é enorme. 

Para alguns jogadores, que conhecem a paixão do torcedor há mais tempo, a alegria em ver sorrisos é ainda mais intensa.

“Estou feliz primeiro por estar vestindo a camisa do Gama novamente. Ficou aquele gostinho de ‘algo mais’. Só tenho a agradecer a todo respeito, apoio e confiança do torcedor gamense, que sempre me tratou bem”, comemora o volante Tiago Gaúcho. Ele, inclusive, esteve presente no elenco que chegou à final do Candangão pela última vez, em 2011, ficando com o vice-campeonato.

Memória

Goleada no Pelezão

O Brasília sabe que, no sábado, precisará superar um grande desafio para conquistar o Candangão 2015.

O time enfrenta o Gama necessitado de três ou mais gols de diferença para levantar o caneco.

Para tanto, o time pode se apegar a um feito semelhante, ocorrido no estádio Pelezão, palco de jogos memoráveis no cenário candango e que foi demolido para dar lugar a um complexo imobiliário.

Em 1984, o Colorado bateu o Alviverde por incríveis 7 x 2. O destaque foi Wander, que marcou dois gols.

Sentimento de dever cumprido

O presidente do Gama, Antônio Alves do Nascimento Neto, o Tonhão, não tem dúvidas de que o planejamento de sua equipe foi fundamental para que o time voltasse a disputar a decisão do Candangão após hiato de quatro anos.

Vale ressaltar que foi o Gama o primeiro time a iniciar os treinamentos visando o Candangão – as atividades começaram em novembro do ano passado. Antes disso, uma excursão para a Europa, onde o Alviverde enfrentou times do Velho Continente, começou a desenhar a cara do time que disputaria o torneio local neste ano. 

Esta viagem, inclusive, foi o “start” da chamada “Família Gama”, como os jogadores insistem em chamar o grupo. Mas, já durante a montagem do elenco, um fator foi fundamental para que o foco não se perdesse em meio a outros “interesses”.

“Já tínhamos uma base depois da excursão para a Europa. Depois, os jogadores foram escolhidos um a um. O nosso foco era analisar o passado dos atletas. Quem tivesse o passado ligado a bebedeiras, festas e coisas do tipo, não fazia parte do perfil”, revela o mandatário do Alviverde.

“Medalhões” deram certo

Corroborando com a tese de Tonhão, os jogadores mais experientes do grupo têm sido importantes na caminhada do Gama rumo ao 11º título da competição local.

Baiano, por exemplo, deixou o Brasiliense, onde era uma das referências, para ter papel semelhante no Alviverde candango. Outro atleta que viveu grande fase no futebol paulista e agora integra o elenco alviverde é o meia Lenilson. Ele, por exemplo, marcou um gol contra o Brasília, logo na estreia pelo Periquito.

Por que não pensar mais longe?

O fato de ter encerrado o jejum que já durava quatro anos e alcançado a decisão do Candangão deu ao Gama a vaga em mais duas competições em 2016: a Copa Verde e a Copa do Brasil.

Caso levante o caneco diante do Brasília, no sábado, o Alviverde ainda garantirá um lugar na Série D deste ano, certame que a equipe não disputa justamente desde 2011, quando caiu ainda na primeira fase. Com isso, o presidente do Gama já começa a pensar no futuro de seu time, visto que, pelo menos em 2016, o trabalho será muito maior do que neste ano.

O discurso, porém, é de respeito aos adversários e de pés no chão, visto que o Brasília tem o histórico de reverter placares em partidas de mata-mata.

“Nosso planejamento era de montar um time para ser campeão candango. Ainda não posso dizer que estamos com as duas mãos na taça, mas uma, eu garanto que estamos, sim. Agora, temos que pensar no futuro. Por exemplo, tenho alguns jogadores que são meus, outros que não vão mais ter contratos. Começa uma outra fase para nós”, sentencia o presidente, sem esconder a satisfação de ver que o projeto iniciado em 2014 tem dado frutos.

Fonte: Jornal de Brasília – 30/04/2015 às 07:36:15
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