No Brasil, cerca de 15 mil crianças e adolescentes são educadas através da educação domiciliar e integram uma das 7,5 mil famílias adeptas da prática. Amado por uns e odiado por outros, esse método pode estar perto de ser regulamentado no país. Na última quarta-feira (23), durante a divulgação das metas da nova gestão para os 100 primeiros dias de governo, foi anunciado que se pretende editar uma medida provisória para regulamentar o homeschooling.
A dona de casa Adna Souza é mãe de 3 filhos e todos tiveram a oportunidade de estudar em casa e em uma instituição de ensino. Com isso, ela também teve a chance de comparar o nível de desenvolvimento de cada um e de perceber que seus filhos se desenvolviam muito mais em casa, com seu apoio.
Mesmo com todo avanço, Adna não descarta a possibilidade dos filhos voltaram a estudar em instituições convencionais mas acredita que exista um tempo certo para isso. “Depois do homeschooling, eu mudei a minha visão sobre educação. Vejo de uma forma muito mais ampla. Na escola, as crianças têm uma falsa socialização. Para mim, a melhor forma de exercitar isso é no contato com a vida em sociedade”, conclui.
Em uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Educação Domiciliar (ANED) – instituição sem fins lucrativos, fundada há 8 anos – mostra que 32% dos pais acham que os filhos terão uma educação mais qualificada fora da escola e 25% declararam problemas relacionados aos princípios de fé da família. Violência e bullying também foram as principais motivações declaradas pelos pais para optarem por ensinar os filhos em casa.
Bullying também é um dos motivos que pesou na hora de Adna escolher pela educação domiciliar. Seu filho do meio apresentava um pequeno problema na fala e, por esse motivo, ela foi aconselhada a colocá-lo em uma escola, mas nada era resolvido. “Ele não conseguia conviver com as outras crianças, que zombavam dele. Era um sofrimento. Depois que percebi essa situação, resolvi que ele seria educado em casa”, pontuou.
Quando saiu, João estava no terceiro ano do ensino fundamental e as mudanças observadas por sua mãe foram bastante significativas. “A autoestima aumentou muito e ele até se desenvolveu nas matérias que tinha dificuldade”, acrescenta.
Os pais que adotam o método garantem que, em casa, as crianças não ficam sem suporte, seguem um roteiro definido, com uso de apostilas e livros baseados no currículo formal escolar. A metodologia é diferente e exige mais disciplina. Ainda segundo a ANED, a educação domiciliar proporciona maior amadurecimento, desenvolve a disciplina de estudo e gosto pelo aprendizado, além de gerar adultos seguros e com uma autoestima sólida.
Agência Educa Mais Brasil