Nunca antes o meio ambiente foi palco de tantos debates
Na ultima quarta-feira (25), no Centro de Ensino Especial 01 do Gama, aconteceu a Audiência Pública para debater a revitalização do Parque Prainha. Para os próximos dias está previsto a realização do primeiro seminário de meio ambiente na cidade.
A seção do Legislativo para a audiência promovida pelo mandato do deputado Rodrigo Delmasso, no Centro de Ensino número um do Gama, teve a mesa composta por personalidades da cidade. Entre elas o Coordenador Regional de Ensino do Gama, professor Fernando Freire, que também responde pelo programa de educação ambiental que está sendo criado pelo Grupo de Trabalho Prainha – GTP, além da administradora da cidade, professora Maria Antônia, o administrador de Santa Maria, Neri do Brasil, que fez parte da mesa por ser responsável administrativamente por parte da bacia que compõe o córrego Crispim e o Alagado, e o representante do GTP, ambientalista precursor na criação de diversos movimentos em defesa do meio ambiente da cidade o Sr. José Garcia o Dedé.
A sessão do Legislativo foi aberta com as apresentações de praxe. Delmasso abriu a sessão se desculpando com o GTP pelo fato de a audiência pública proposta por ele obstruir a proposta do GTP de, em primeiro lugar, realizar o seminário e só depois a audiência pública, que na compreensão do grupo deveria vir em segundo lugar por uma questão lógica. Primeiro se debate, se esclarece, esse é o papel do seminário. Depois, em audiência, estabelece o que foi debatido. Delmasso justificou a ação alegando questão de agenda e propôs ouvir a comunidade em suas reivindicações. Em seu pronunciamento inicial Dedé foi enfático: “Não podemos mais tratar a questão ambiental como se os recursos naturais fossem infinitos, isso já faz parte do passado. O uso do solo tem de ser revisto com vigor e celeridade. Essa audiência tem de tratar não apenas da questão Prainha, mas de toda a temática que envolve a bacia que compõe a região. E não pode ser restrita a questão hídrica uma vez que o aumento populacional trouxe novas demandas. O Meio ambiente começa no meio da gente, diria TT Catalão, Ressalta. O homem é o causador do caos, por tanto deve ser responsabilizado. Os resíduos gerados por nós não são de responsabilidade apenas do poder público. Cabe ao Legislativo criar regras que normatizem o gerenciamento e ao Executivo gerenciar. Enfatiza o ambientalista. Isso tudo deve fazer parte do debatido durante o seminário. A proposta do GTP acompanha o pensamento sustentável. E não estamos inventando a roda, já está tudo escrito no programa de educação ABCerrado”.
A audiência foi marcada pela participação enfática da comunidade.
O Advogado Juan Riticeli, da ONG Gama Verde, deixou claro sua indignação com o poder público pelo descaso com um patrimônio da magnitude da do Parque Prainha. A professora Flavia, lembrou os tempos em que esteve à frente da reserva trabalhando a educação ambiental e qual era a importância desse trabalho junto aos professores e estudantes. A professora ainda reclama do fato de que em todas as regiões ditas nobres do DF, os parques são tratados de outra maneira. Qual o motivo para que o Parque mais antigo da cidade seja tratado com tanto descaso? Indaga. Em todas as participações a defesa para que o córrego do Alagado, que corta a reserva e foi no passado fonte de vida, seja despoluído e volte à condição de balneário. Nas várias participações, a memória do Parque é o que mais se destaca, Muitas histórias emocionantes são contadas. A comunidade do Gama gosta do Parque.
O Professor Enoque que faz coro a tantos casos, lembra que quando Dedé andava em um Jeep, falando sobre meio ambiente, era taxado de louco. Mas hoje nós reconhecemos que ele estava certo, diz o Mestre. Porém a advertência mais rigorosa vem da zona rural. A secretária-executiva do Conselho de Desenvolvimento Sustentável do Gama, Dona Cleusa, uma chacareira que sempre esteve à frente do debate ambiental, adverte: “Mas de nada adiantará tudo isso se não cuidarmos da bacia que abastece a reserva. É na cabeceira que está o cerrado de que precisamos cuidar”.
Mesmo durante a audiência, o deputado Delmasso já tomou diversas providências, fez anotações e criou incumbências a seus assessores, deu ordens para que enviassem ofícios e convocassem reuniões com outros lastros do GDF, a exemplo da Secretaria de Planejamento pedindo reuniões urgentes para alocar recursos para manutenção do Parque e preservação das espécies ameaçadas. Ao IBRAM, órgão fiscalizador representado na mesa pelo Senhor, Generoso foi solicitado mais eficiência na fiscalização, ao SLU, foi pedido a limpeza do Parque. Nesse quesito o administrador de Santa Maria colocou seu aparato a disposição para uma ação conjunta.
Além dos documentos enviados, o deputado Delmasso abrirá uma ação de fiscalização para verificar denúncias trazidas pela comunidade. Segundo pessoas ligadas a questão e frequentadores do local, a CAESB (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal) seria a principal responsável pela contaminação do balneário.
Israel Carvalho do portal de noticias Gama cidadão, aproveitou a oportunidade para solicitar ao parlamentar que averigue os encaminhamentos feitos por duas outras audiências realizadas sobre o mesmo assunto por outros parlamentares,uma vez que os resultados ainda não foram constatados pela comunidade e de audiência em audiência, recursos públicos vem sendo aventados e nunca chegam ao destinatário. Segundo Israel, é o caso de uma audiência promovida pela então deputada, Eliana Pedrosa, e outra pelo também então deputado Joe Valle.
Para os próximos dias está previsto o primeiro seminário de meio ambiente a ser realizado no campus do IFB, para o qual os organizadores solicitam o apoio de todos os envolvidos principalmente a comunidade.
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Da Redação do portal Gama Cidadão, com adaptação
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