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Poesia itinerante no Gama
“Banca de Poetas”leva livros, CDs e atividades culturais para as ruas com o objetivo de aproximar a arte do público
A poesia não tem hora e nem lugar para acontecer. Qualquer espaço pode virar uma biblioteca, um sarau, uma exposição de arte, um espaço para troca de ideias. E é isso que a Banca de Poetas proporciona há mais de 10 anos ao levar para as ruas livros, CDs, teatro literário, debates, oficinas, recitais, exposições de diversas linguagens e oferecer às pessoas contato com a arte.
Idealizada pelo ator e poeta José Garcia Caianno, 59, em 2001, a Banca de Poetas foi inspirada na o trabalho desenvolvido por Augusto Boal diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro que inovou ao democratizar o acesso a espetáculos.
Segundo Caianno, além de difundir o hábito da leitura e outras linguagens culturais em todos os lugares e para todas as pessoas, o modelo da Banca de Poetas ainda liberta o artista da burocracia para obter autorização e recursos para realizar um projeto em locais fechados.
O projeto já foi de feiras de eletrodomésticos a feiras de livros, passando por esquinas, semáforos, hospitais e eventos culturais. “Você tem o contato direto com o público e é muito mais rico, por que você atinge todo o público, não é só uma classe social que tem dinheiro e pode pagar. Na rua você encontra pessoas que vivem na rua, que trabalham na rua, que estão transitando pela rua, então o seu trabalho tem a oportunidade de ficar com todas as pessoas ao mesmo tempo. É isso que a Banca de Poetas acaba realizando, um grande encontro das pessoas com a obra de arte. Começando pela literatura”, explicou.
É possível encontrar no acervo da Banca livros de diferentes gêneros. Crianças e adultos tem um espaço garantido. Sendo que o público infantil é o principal alvo da Banca. Há livros infantis, espaço para leitura e pintura.
O cantor e artesão Ciclone participou da Banca de Poetas, durante a 4ª Pré-Conferência de Cultura do Gama e lá encontrou um livro que há muito tempo procurava. “Foi muito interessante encontrar um espaço tão convidativo como a Banca. Lá há livros interessantes, inclusive peguei um para ler.”
Para participar da Banca, José Garcia Caianno diz que é simples. Basta chegar com um livro e uma ideia interessante. Todos estão convidados e quem quiser fazer doação, pode encontrar como ator e poeta pelo telefone 9289.7113. “Que cada um traga um livro, CDs, quiçá um sonho para que possamos cometer um escambo lindo”.
Todas as linguagens têm espaço na Banca. Literatura, música, artes plásticas, artes visuais dialogam em grande sintonia. O artista plástico Mario Salluz é um colaborador do projeto, ele expõe obras feitas com material reciclável. “Como a Banca de Poetas abre para outras vertentes e começou a abrir para artes plásticas, vamos somar juntos.”
O poeta
José Garcia Caianno é autor do livro “Todo mundo é muito bom, mas meu casaco sumiu” publicado em 2010. A publicação aborda de forma crítica e bem humorada política, sociologia, filosofia e antropologia ao contar a história de um homem que inicia amizade com pessoas de mau caráter e termina preso.
Serviço: A Banca de Poetas aceita doação e troca livros. Contato: 9289.7113 – José Garcia Caianno
“Quem nunca viu partir um barco
Não sentiu a dor de ver levada pelas águas seu grande amor
A dor da saudade às vezes é tamanha que invade a própria alma
Os cantadores cada um com seu canto
Anunciam a solidão da madrugada
Ludmila com sua mágoa parte como quem não chora
Ela só pensa em ver agora quando verá regressar ao invés de ver partir outro barco
Ludmila parte como quem não chora”
(José Garcia Caianno)
Por Larissa Souza
Matéria publicada na edição de julho do jornal Folha Independente
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