Esporte
Nunes é suspenso por seis jogos, e demais envolvidos em briga por três
Gama e Brasiliense receberam multas e o Periquito perdeu 5 mandos de campo (Foto: Douglas Oliveira / Gama)
TJD-DF alivia punições pedidas por procuradoria, mas confirma suspensão de atletas de Gama e Brasiliense, além de multas aos clubes e perda de 5 mandos do Alviverde
O Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD-DF) decidiu nesta terça-feira, em sessão de mais de 6h de duração, pela suspensão de três jogos para nove dos 10 jogadores expulsos pela pancadaria do clássico entre Gama e Brasiliense, no último dia 12 de março, pela 9ª rodada do Candangão. O único atleta que recebeu punição maior foi o atacante Nunes, do Jacaré, que pegou gancho de seis jogos – três em cada artigo citado -, por ser protagonista do lance que dá origem ao tumulto, em que atinge o adversário Dudu Gago, do Alviverde, em disputa de bola no alto.
Além das punições aos atletas, o Tribunal também puniu o Gama, que recebeu o jogo, com a perda de cinco mandos de campo e multa de R$ 33 mil por não ter conseguido garantir a segurança do evento. Já o Brasiliense foi multado em R$ 11 mil por conta da invasão de campo de sua torcida, mesmo como visitante.
Todas as penas foram menores que as sugeridas pelo procurador responsável pelo caso, que havia pedido suspensão de ao menos seis jogos para todos os envolvidos e, no mínimo 10 a Nunes, citado em dois artigos. O procurador ainda defendia perda de 10 mandos do Gama, o que foi reduzido pela metade na decisão dos auditores. As decisões, tomadas em primeira instância, ainda são passíveis de recursos, a serem julgados pelo Pleno do TJD-DF. O caso ainda pode ser levado ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Atacante Nunes, do Brasiliense, recebeu a maior punição por briga no clássico: seis jogos (Foto: Fabrício Marques)
NUNES PEGA GANCHO MAIOR
Acusado pelo procurador de atingir Dudu Gago com uma cotovelada e dar início ao tumulto, o atacante Nunes foi o único jogador denunciado em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). No primeiro (artigo 254-A), por agressão ainda durante o jogo, passível de suspensão de quatro a 12 jogos, e no segundo (artigo 257), por participar da briga, com punição de seis a 10 partidas.
– Não comecei a briga, não dei cotovelada. Foi uma disputa de bola no alto, lance de jogo. Tanto é que o árbitro no lance nem falta deu, não citou nenhuma cotovelada na súmula – se defendeu o jogador.
Os argumentos, porém, não convenceu totalmente o relator, que manteve punição ao atleta pelo lance, citando, inclusive, seu histórico de polêmicas da carreira. No entanto, Nunes foi enquadrado por jogada violenta e não agressão, tendo a suspensão reduzida para três partidas. Um dos auditores ainda chegou a votar pela não punição do atacante neste quesito, mas foi derrotado por 4 a 1.
Envolvido no início da confusão, Dudu Gago, do Gama cumprirá três jogos de suspensão (Foto: Fabrício Marques)
Além das três partidas pela jogada violenta, Nunes também foi punido por participar da briga. O procurador pedia de seis a 10 jogos de suspensão para todos os 10 atletas expulsos pelo árbitro (artigo 257), mas o relator acatou parte da demanda dos advogados e enquadrou todos no artigo 258, com punição de um a seis jogos (conduta contrária à disciplina). A opção foi por três partidas de suspensão para cada. No caso de Nunes, as penas foram somadas e o gancho chegou a seis jogos.
Os outros jogadores suspensos por três partidas pela confusão foram: Dudu Gago, Maringá, Roberto Pitio, Eduardo, Paulinho e Raoni, todos do Gama, além de Gabriel, Elcarlos e Nikael, do Brasiliense.
Como todos os atletas já cumpriram suspensão automática, ficarão de fora por apenas mais dois jogos. Para os atletas do Gama, voltam na última rodada da fase de classificação, quando o time enfrentará o Real FC. Já os do Brasiliense, que tem dois jogos a mais que o rival na tabela, os atletas só serão liberados para a segunda partida das quartas de final. No caso de Nunes, caso a suspensão de seis jogos seja mesmo mantida, o atacante só voltaria a atuar no Candangão caso o Jacaré alcance a final.
– Achei justa a punição. Realmente ocorreram muitos conflitos dentro de campo. Fica meu arrependimento, somos seres humanos, todo mundo erra. Errei agora e vou focar para não errar mais. Mas agora é trabalhar essa semana e a próxima e focar na sequência do campeonato – afirmou o atacante Roberto Pitio, do Gama, um dos artilheiros do campeonato.
CLUBES ESCAPAM DE MULTAS MAIORES
Em relação aos times, o procurador havia denunciado ambos pela briga entre os jogadores. Um dos incisos do artigo 257 do CBJD prevê que os clubes sejam punidos quando não é possível identificar todos os envolvidos em uma confusão. No entanto, o relator e os auditores entenderam que todos os brigões tinham sido identificados e citados na súmula, livrando ambos os times da multa prevista para este caso.
Mas também houve punições. Mandante do jogo, o Gama foi enquadrado no artigo 213 do CBJD por não ter garantido a segurança do evento e terá que receber cinco partidas longe do Estádio Bezerrão, que, inclusive, está interditado por tempo indeterminado pelo mesmo TJD-DF. Uma das opções para o Periquito será levar suas partidas para o Estádio Mané Garrincha. O Gama ainda foi multado em R$ 33 mil.
Já o Brasiliense também recebeu uma multa de R$ 11 mil por conta do mesmo artigo. Os auditores entenderam que o Jacaré não colaborou para impedir que seus torcedores invadissem o campo para brigarem com a torcida do Gama.
Globo Esporte – – Atualizado em