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Nova linha Brasília-Valparaíso tem previsão de começar a rodar em 27 dias
Dois vagões entregues pelo Governo Federal farão viagens diárias em janeiro. Linha até Luziânia ainda não tem previsão
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que ligará Brasília a Valparaíso (GO), no Entorno do Distrito Federal, começa a fazer os testes nos próximos 27 dias. No fim de janeiro, os dois vagões iniciam as viagens experimentais, sem passageiros. A fase de testes vai durar dois meses, período em que serão avaliadas estabilidade, velocidade e segurança do meio de transporte. A ideia original era que a linha fosse até Luziânia (GO), mas a atual malha ferroviária não chega até lá. Não há previsão para estender a linha até o outro município goiano.
Em reunião com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a UnB se comprometeu a disponibilizar equipe específica para realizar os estudos técnicos sobre a viabilidade da ação. A intenção é iniciar a obra até o fim deste ano.
O estudo técnico em questão é uma das prerrogativas para liberar a efetivação do projeto. Para facilitar o desenvolvimento do trabalho, serão usadas diretrizes de um projeto já existente, com adaptações. O objetivo é usar a linha que hoje serve apenas como aporte para o transporte de cargas para facilitar também o trajeto dos moradores das duas cidades.
“Estou depositando muitas fichas nesse projeto do Ministério das Cidades porque são necessários apenas pequenos reparos nos trilhos e nas ferrovias, além de construir algumas estações de apoio. Dando certo, como esperamos, será uma alternativa barata, rápida e eficaz para quem mora no Entorno e trabalha no DF”, disse o governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) ao Metrópoles.
O projeto será tocado pela Secretaria da Região Metropolitana, que deve ser criada a partir de 1º de janeiro. O nome anunciado pelo emedebista para a pasta é de Paulo Roriz, que já comandou órgão similar em 2005, durante o governo de Joaquim Roriz. Veja os nomeados para o governo Ibaneis.
Viabilidade Técnica
De acordo com um estudo prévio, feito pelo Ministério da Integração, a ferrovia, que parte de Luziânia com destino à Rodoferroviária de Brasília, comporta o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), cuja velocidade pode alcançar de 80 a 100 km nesse trecho. Para isso, será necessário implantar estações de passageiros.
O montante de recursos é relativamente pequeno para o impacto que a iniciativa terá, principalmente, com o desafogamento da via EPIA. Ao todo, mais de 600 mil passageiros serão beneficiadas com o transporte, mais prático e barato. A cada viagem, o trem poderá carregar até 1400 pessoas. Além disso, entre 80 e 100 mil carros deverão deixar de circular na região. Explore a ferrovia no site da ANTT.
O VLT foi escolhido para reaproveitar linhas férreas já existentes. O modal é mais silencioso do que o metrô, por exemplo, e muito menos poluente, considerado um meio de transporte ideal na ligação entre centros urbanos e regiões com potencialidade rural.
O governo ainda analisa o valor da passagem, mas pretende utilizar a nova linha para desafogar as vias do DF que fazem ligação com a região mais densa do Entorno. Até Valparaíso, de carro, o trajeto de 37 km pode levar 45 minutos. De trem, o percurso deve ser feito em até 30 minutos: os dois vagões farão duas viagens diárias.
Convênio e parceria com o governo federal
Há 15 dias, uma reunião com representantes do governo de transição e o secretário-executivo do Ministério das Cidades, Silvani Alves Pereira, selou o acordo. É a pasta federal que abriga a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), órgão responsável pela nova linha. O projeto é paralelo ao chamado “expresso pequi”, trem de alta velocidade que ligará Brasília a Goiânia. A proposta ainda está em estudo pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Segundo o futuro secretário do Entorno, Paulo Roriz, o convênio com o governo federal prevê a operacionalização da linha até 30 de janeiro, caso tudo ocorra no prazo trabalhado pelo Ministério das Cidades.
“Os dois vagões já estão prontos e a caminho do DF. O ministro colocou outros veículos à disposição, sem contrapartida. Estamos trabalhando para que essa fase experimental ocorra e o transporte de passageiros comece ainda no primeiro semestre de 2019”, ressaltou.
A ideia original será reativar a Rodoferroviária, localizada no fim do Eixo Monumental, hoje sede da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa). Com a arquitetura horizontal assinada por Oscar Niemeyer e suas fileira de janelas – as quais sugerem um longo trem de passageiros –, a estação tem estrutura de ligação para cinco plataformas e permite o embarque e desembarque de uma dezena de trens ao mesmo tempo.
Brasília-Luziânia
Para a ampliação até Luziânia, o governo local terá parceria com o Governo Federal e o Governo de Goiás. A obra consiste na reestruturação de um trecho concedido à Ferrovia Centro Atlântica (FCA), interligando a Rodoferroviária de Brasília e a Rodovia GO-010, em Luziânia. A linha tem potencial de encurtar o tempo gasto pelos moradores da cidade goiana no trajeto até o centro da capital federal, que, no horário de pico, pode chegar a duas horas.
O corredor será uma das obras incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que também vai financiar a modernização e a ampliação do Metrô do Distrito Federal – incluindo compra de novos trens e a extensão até a Asa Norte.
De acordo com a ANTT, o valor da linha ferroviária Brasília-Luziânia ainda não pode ser calculado ou sequer garantido. A ampliação ainda está em fase de discussão. “As tecnologias ferroviárias deverão ser apresentadas com suas especificações, vantagens e desvantagens, limitações, custos e prazos relativos ao fornecimento, instalação e manutenção, dentre outros aspectos considerados relevantes”, observa o chamamento da agência.
Matéria feita usando trechos da matéria do Metrópoles 31/12/2018 5:30 com adaptações