No Dia da Mulher, relembramos de algumas heroínas que ajudaram a construir a história do nosso país
Nesta segunda-feira (8), comemora-se o Dia da Mulher e não há melhor forma de homenagear do que cuidando, como ressaltou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em evento no Palácio do Planalto em 2020:
“Por meio de nossas ações, dedicação e amor, estamos contribuindo para que nossas famílias vivam em um Brasil mais justo, seguro e inclusivo.”
Para lembrar da data, o perfil da SecomVc nas redes sociais promoveu uma série de homenagens a mulheres virtuosas, mães, filhas, avós, donas de casa, profissionais, estudantes… Mulheres brasileiras
Irmã Dulce
“Sempre que puder, fale de amor e com amor para alguém. Faz bem aos ouvidos de quem ouve e à alma de quem fala.”
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes ou Santa Dulce dos Pobres nasceu em Salvador no dia 26 de maio de 1914.
Aos 13 anos de idade, começou a servir ao próximo com obras de caridade. Só parou ao falecer, aos 78 anos. Ajudou milhares de pessoas. Salvou vidas e almas. E deixou um imenso legado de ajuda ao próximo.
Legado, aliás, honrado pelo Governo Federal. Na semana de canonização da Santa, em outubro de 2019, o Presidente Jair Messias Bolsonaro assinou repasse de R$ 18 milhões para as obras de caridade da Irmã Dulce.
Maria Quitéria
Maria Quitéria foi a primeira mulher a entrar em combate pelo Brasil, e o fez durante as batalhas da Guerra da Independência. Por amor à Pátria, desafiou as convenções sociais da época e lutou para que pudéssemos ser uma nação livre. Nasceu na Bahia em 1792.
Órfã de mãe desde criança, Maria Quitéria vivia em uma fazenda com o pai e a madrasta, onde montava, caçava e manejava armas de fogo. Deflagradas as lutas de apoio à Independência em 1822, ela pediu permissão ao pai para se alistar no Exército, mas o pedido foi negado.
Com o apoio da irmã e do cunhado, Quitéria cortou o cabelo, vestiu-se de homem e se alistou com o nome de Medeiros. Tornou-se exemplo de bravura em batalha e foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul, recebendo a medalha das mãos do próprio Imperador Dom Pedro I.
Freira Joana Angélica
“Pra trás, bandidos! Respeitai a casa de Deus! Só entrarão passando por cima do meu cadáver!” Essa famosa frase é atribuída a Joana Angélica de Jesus, religiosa baiana e mártir da Independência do Brasil.
Em 1822, soldados portugueses invadiram o Convento da Lapa, em Salvador (BA), derrubando as portas a golpes de machado. Madre Joana, que já era bem conhecida na cidade pelo trabalho de caridade e amor ao próximo, estava lá para defender o local.
Bravamente, ela teria proferido as famosas palavras contra a tropa lusitana. Mas a freira acabou sendo morta pelos invasores a golpes de baioneta.
Pelo grandioso papel na História do Brasil, o nome de Joana Angélica está inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria que está no Panteão da Pátria, próximo à Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).
Maria Felipa
A baiana Maria Felipa de Oliveira fez história ao participar da luta pela Independência do Brasil. A partir de 1822, ela liderou um grupo de mulheres nas batalhas contra os portugueses que atacavam a Ilha de Itaparica, onde ela morava.
Descendente de negros escravizados vindos do Sudão, Maria Felipa se utilizou de inteligência, bravura e força física para comandar um ataque que queimou nada menos que 40 embarcações lusitanas.
Pelo papel na História do Brasil, o nome de Maria Felipa está inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria que está no Panteão da Pátria, próximo à Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).
Policial Katia Sastre
Em um dia de folga que parecia tranquilo, a cabo da Polícia Militar Katia Sastre saiu de casa, em Suzano (SP), para participar da comemoração do Dia das Mães na escola da filha, de 7 anos. No local, deparou-se com um cena de pura covardia: um criminoso chegou apontando uma arma diretamente para crianças e outras mães. Valendo-se do preparo e treinamento (e do descuido do bandido), a cabo sacou o revólver .38 e, com um tiro certeiro, neutralizou a ameaça.
Com coragem e perícia, Katia salvou a vida de crianças e mulheres, recebeu diversas homenagens e está inscrita no imenso rol de mulheres admiráveis e heroicas do Brasil.
Professora Heley de Abreu Silva Batista
Em 5 de outubro de 2017, um homem entrou numa sala de aula da creche Gente Inocente, em Janaúba (MG), e ateou fogo em si mesmo e em diversas crianças. Nove pequenos foram vitimados. Porém, outras crianças foram salvas pelo heroísmo, pela coragem e pela força que só mesmo uma mulher com um instinto materno pode ter.
A professora Heley reagiu à ação criminosa abraçando-se ao incendiário, imobilizando-o e impedindo-o de fazer mais vítimas. Com o corpo em chamas, Heley ainda tirou as crianças pela janela da sala de aula. Outras duas funcionárias a ajudaram no ato de bravura: Jéssica Morgana e Geni Oliveira, que também faleceram.
Esse ato de extremo amor e de incrível coragem jamais será esquecido pela orgulhosa família dela, pelo Brasil e pelas dezenas de famílias que tiveram os filhos salvos.
A heroína de Janaúba foi condecorada com a Ordem Nacional do Mérito, do Governo Federal, e com a Medalha da Inconfidência, do governo mineiro. Também virou nome de rodovia em Minas Gerais. Todas as homenagens a mulheres como Heley são poucas. Mas fica aqui nosso muito obrigado.
Paraguaçu
Paraguaçu, índia tupinambá, exerceu um papel fundamental na integração do povo brasileiro e é lembrada como a mãe das mães brasileiras, o alicerce e a origem da família no país. Nasceu quase ao mesmo tempo que o Brasil, em 1495.
Diogo Álvares Correia, navegante português conhecido como Caramuru, naufragou na Maraquita em 1510 e foi encontrado por uma tribo tupinambá. Ele seria devorado, mas se salvou graças à índia Paraguaçu, que intercedeu em favor. Eles se casaram e tiveram muitos filhos.
Em 1528, o casal foi à França, onde ela se converteu ao catolicismo e mudou o nome para Catarina do Brasil. O casal foi essencial na criação de alianças entre tupinambás e portugueses. Paraguaçu ajudou o marido na tarefa de fundar Salvador (BA), abriu igrejas e protegeu conventos.
Princesa Isabel
“Se mil outros tronos eu tivesse, mil tronos eu perderia para pôr fim à escravidão!” Filha de D. Pedro II, a Princesa Isabel assinou a Lei do Ventre Livre e a Lei Áurea, acabando com a escravidão no Brasil. Como se não fosse o suficiente, foi também a primeira senadora do país e nossa última princesa.
Devido à importância para a monarquia brasileira, a princesa Isabel recebeu uma educação de alta qualidade. Estudava 15 horas por dia na adolescência; disciplinas como Economia, Física, Mineralogia e História, além de diversos idiomas (como latim, alemão, italiano, francês e inglês).
A princesa se posicionou claramente contra a escravidão, abrigando escravos na própria residência e sendo vista portando camélias – flor símbolo do movimento abolicionista.
Em 13 de maio de 1888, Isabel assina a lei Áurea, libertando os escravos do Brasil. Passou a ser chamada de Redentora.
Princesa Isabel dedicou a vida ao conhecimento, à liberdade e ao Brasil. Uma grande mulher brasileira!
Clarice Lispector
“Não se guarda as palavras, ou você as fala, ou as escreve, ou elas te sufocam.” Clarice Lispector, com uma linguagem poética e inovadora, foi não só uma das mais importantes escritoras do século XX, mas também uma verdadeira lenda, que vive até hoje no imaginário brasileiro.
Haya Lispector nasceu em 10 de dezembro de 1920 na Ucrânia. Passou os primeiros dias de vida fugindo com os pais da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa. Chegando ao Brasil, é rebatizada Clarice. Ainda criança, já estudava várias línguas e escrevia poesia.
Em 1940, publica o primeiro conto, dando início a uma carreira brilhante. Com um estilo entre a poesia e a prosa, Clarice não se encaixava em nenhum movimento, mas fez questão de adotar a nossa identidade: a escritora foi naturalizada brasileira e se declarava pernambucana.
Hilda Hilst
“Há sonhos que devem ser ressonhados, projetos que não podem ser esquecidos.” Provocadora, polêmica, questionadora, autora de prosa e poesia, Hilda Hilst ficou especialmente conhecida pelos versos apaixonados e pela postura irônica e enigmática.
Hilda nasceu em Jaú, no interior de São Paulo, em 21 de abril de 1930. Moça de rara beleza, comportava-se de maneira muito avançada, escandalizando a alta sociedade paulista. Despertou paixões em muitos artistas e poetas, entre eles, Vinicius de Moraes.
Dona de uma linguagem ampla e inovadora, Hilda produziu mais de quarenta títulos, entre poesia, teatro e ficção. Com uma escrita rebuscada e de alto grau de erudição, com intensidade e ausência de medo, fizeram dela uma das maiores escritoras brasileiras do século 20.
Essa foi apenas uma homenagem, entre tantas produzidas pela equipe da Secom. Conheça mais dos heróis e heroínas brasileiros no perfil do Facebook do SecomVc
*Com informações e ilustração da Secom que promoveu série de homenagens às mulheres brasileiras.
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