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Moradores tentam ressuscitar Prainha do Gama
Buscar uma alternativa, uma saída, uma forma de revitalizar o Parque Recreativo do Gama, popularmente conhecido como Prainha, e entregá-lo para a preservação adequada e o lazer da comunidade. Com este objetivo, moradores da cidade lotaram o auditório do Senac na noite de quinta-feira (07) durante audiência pública que debateu o futuro dos 744 hectares de área verde do parque.
Durante a solenidade, proposta pela deputada Eliana Pedrosa (PSD), surgiram várias lembranças de como o parque atendeu bem os moradores da região. Flávia Barbosa, do movimento Agenda 21, afirmou que o parque funcionou, entre 1999 e 2004, como escola de educação ambiental. “Chegamos a atender 1.600 alunos nos cursos sobre preservação da natureza. Tínhamos atividades diárias voltadas para a manutenção da flora e fauna do cerrado. Agora tudo está abandonado”, lamentou.
O Parque da Prainha foi o primeiro a ser criado no Distrito Federal, em 1961, antes mesmo do grande Parque Nacional de Brasília. Quem já frequentou o local lembra-se dos tanques de água corrente, do córrego cristalino que corria na região e muita mata do cerrado intocada. A mesma qualidade da água, no entanto, está em xeque. Segundo Marcelo Bento, professor da Universidade de Brasília (UnB), a ocupação desordenada na região pode ter contribuído para queda nesta qualidade. “O córrego Crispim parece ter sofrido com a chegada de fábricas e com a ocupação nas proximidades de suas margens. Estamos realizando um estudo neste sentido e logo teremos certeza de quanto a água está contaminada”, adiantou.
Os moradores atribuem a provável poluição, mencionada por Bento, às atividades de uma fábrica de bebidas, que passou a despejar substâncias no afluente do córrego; ao Presídio Feminino do Gama, Colmeia, que elimina despojos no local; e à Estação de Tratamento de Água e Esgoto (ETE) de Santa Maria. A deputada Eliana afirmou que pedirá explicações formais sobre os planos e projetos do governo para o parque. De acordo com ela, é hora de olhar para frente e deixar o parque em condições de uso para futuras gerações. “Temos bons profissionais que podem contribuir para que o Parque da Prainha volte a ser dos moradores e não do abandono. E com a mobilização da comunidade tenho certeza que nenhum governo deixará que nossos filhos e netos não usufruam da riqueza do cerrado”.
Administrador do Gama, Márcio Palhares disse que já existem projetos em parceria com a iniciativa privada para a despoluição do córrego Crispim. Esses projetos, no entanto, não foram discutidos com os moradores e ninguém sabe ao certo quando serão implantados. Representantes do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do DF (Ibram) foram convidados para a audiência, mas não compareceram.
Clube da Prainha
Em 2002, o Parque da Prainha chegou a funcionar como clube. O empresário que passou a explorar o local melhorou a estrutura do restaurante, da lanchonete, reformou e instalou uma bomba nas duas piscinas e criou um canal de escoamento para que as águas das piscinas fossem vertidas para o Córrego do Alagado. No entanto, o contrato foi considerado ilegal e o empresário, ao perder a concessão de uso, retirou parte das melhorias que havia sido feitas por ele. Com a administração de volta às mãos do governo nada foi feito e hoje o parque está entregue ao abandono.
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Da Redação
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