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Ministério recebe representantes de pessoas surdas para discutir política de educação bilíngue

O encontro serviu para que eles tivessem um espaço democrático onde todas as questões relacionadas à educação plena e à acessibilidade das pessoas surdas pudessem ser garantidas

Um debate sobre temas relacionados à inclusão e à oferta de uma educação de qualidade para a comunidade surda, principalmente dentro de uma política de educação bilíngue. Este foi o tema da reunião entre o ministro da Educação, Rossieli Soares, e representantes da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), nesta quinta-feira, 23, na sede do Ministério da Educação, em Brasília.

“A Feneis precisa estar junto conosco nesse debate. Nós não temos ainda a minuta pronta para a divulgação da Política e temos ouvido muito. Não só vocês desejam participar mais das discussões, mas nós precisamos que vocês participem, com muito mais voz”, afirmou Rossieli Soares.

Na avaliação do diretor de Políticas Educacionais e Linguísticas da Feneis, André Reichert, o encontro serviu para que eles tivessem um espaço democrático onde todas as questões relacionadas à educação plena e à acessibilidade das pessoas surdas pudessem ser garantidas. “A inclusão tem alguns ajustes necessários, que ainda não ratificam uma educação plena. Então temos uma série de ações e políticas que precisam ser incluídas dentro dessa questão social e educacional”, explicou André Reichert.

As pessoas surdas usuárias da Língua Brasileira de Sinais (Libras) desejam uma educação em duas línguas, a de sinais, que é a sua primeira língua, e a língua portuguesa, como segunda opção, na modalidade escrita. “O que nós queremos construir junto com o MEC é uma escola bilíngue, priorizando essa discussão sobre o que significa realmente o bilinguismo e o acesso a uma educação plena”, reforçou André Reichert. “Se todas as pessoas que são ouvintes podem acessar a educação na sua língua, da mesma forma, nós gostaríamos que a comunidade surda tivesse a opção de não somente a inclusão, mas que elas pudessem ser educadas na sua língua de instrução.”

Para a diretora de Políticas de Educação Especial da Secadi, Patrícia Neves Raposo, o que se quer é assegurar que a educação bilíngue para surdos seja garantida. “Essa reunião é importante, especialmente para a Feneis, que reivindica ações relacionadas ao MEC e que se dirigem principalmente à educação bilíngue”, afirmou Patrícia Raposo. “Nós aqui no MEC entendemos que as pessoas surdas usuárias da Língua Brasileira de Sinais desejam essa educação em duas línguas, na sua língua materna, a língua dos sinais, e na língua portuguesa, como segunda língua, na modalidade escrita”, completou a diretora da Secadi, lembrando que isso vai atendê-los da maneira mais adequada ao seu desenvolvimento escolar e também pessoal e profissional.

Feneis – A federação é uma instituição fundada em 1987, no Rio de Janeiro, tendo por finalidade a defesa de políticas linguísticas, educação, cultura, saúde e assistência social em favor da comunidade surda brasileira, bem como a defesa de seus direitos. É filiada à Federação Mundial dos Surdos (WFD), conta com uma rede de seis administrações regionais e suas atividades foram reconhecidas como de utilidade pública federal, estadual e municipal.

Uma de suas principais bandeiras é o reconhecimento da cultura surda, por meio da propagação da língua de sinais. Hoje a federação atende surdos, pessoas com perda auditiva, professores de Libras, pesquisadores, familiares de surdos, instituições, organizações governamentais e não-governamentais, profissionais da área, entre outras.

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Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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