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MEC lança programa focado nos alunos dos últimos anos do ensino fundamental
O programa fornecerá instrumentos e estratégias de escuta do adolescente, nas suas características e interesses, e torna a escola mais próxima dessa fase, como pontua a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Smole.
Com o intuito de promover a melhoria da aprendizagem, combatendo a repetência e o abandono nos anos finais do ensino fundamental, o MEC lança, nesta terça-feira, 27, o Programa Escola do Adolescente. Inédita, a política preenche uma lacuna substancial de ações junto a turmas do sexto ao nono ano do ensino fundamental. “O foco no desenvolvimento do estudante é uma coisa que a gente precisa cada vez mais aprimora,r e essa é a ideia do Escola do Adolescente, colocar esse olhar específico sobre os estudantes do sexto ao nono ano”, disse o ministro da Educação, Rossieli Soares, durante o lançamento.
Na primeira etapa do programa, a previsão é de que 13 mil escolas sejam atendidas. “Aproximadamente 1,5 milhão de estudantes podem ser beneficiados”, informou o ministro. “Vamos colocar esse olhar, para encontrar tanto evidências de boas práticas para o ensino fundamental 2 quanto caminhos para o Brasil que precisamos discutir, ouvindo esses jovens nessa fase que é tão importante para o seu desenvolvimento.”
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal indicador da qualidade do ensino básico no Brasil, aponta que, nesses anos, 45% das escolas não alcançaram as metas estabelecidas em 2017. De cada 100 alunos, apenas cinco concluem a formação com aprendizado adequado em língua portuguesa e três, em matemática. Os índices de insucesso dos estudantes (reprovação e abandono) atingem 14,5% na rede pública.
O programa fornecerá instrumentos e estratégias de escuta do adolescente, nas suas características e interesses, e torna a escola mais próxima dessa fase, como pontua a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Smole. “Quando se tem uma aula diferenciada que gera engajamento, que faça os adolescentes pensarem a escola, que saia da aula tradicional do modelo de que o professor fala e o aluno escuta, ocorre uma mudança na percepção dos adolescentes sobre essa escola”, destaca.
Alinhamento – “O adolescente se dedica quando percebe que aquilo faz sentido para ele”, complementa Raph Gomes, diretor de Currículos e Educação Integral da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC. “Então, se o adolescente percebe a escola como algo que faça sentido, que dialogue com ele, a chance de ele desistir se reduz, o interesse aumenta e isso melhora a aprendizagem”.
Alinhado com o que propõem os novos currículos de estados e municípios, o Programa Escola do Adolescente vai atender a todas as redes e escolas públicas, por meio de uma plataforma com as ferramentas de gestão e estratégias formativas para gestores e professores. O processo será por adesão. “Serão dois momentos de adesão, sendo primeiro para as secretarias de educação, em dezembro – para estados e municípios – e, logo em seguida, para as escolas”, explica Kátia Smole. “Qualquer escola cuja rede aderir vai poder participar. ”
As ações focam, prioritariamente, na construção de metodologias de ensino mais atrativas aos adolescentes e que permitam um ensino de melhor qualidade. Por meio de uma plataforma digital, o Programa Escola do Adolescente vai oferecer formação e apoio técnico aos professores e gestores escolares.
Plataforma – A plataforma apoiará a gestão das secretarias e das escolas na elaboração e implementação de um plano de ação e na revisão curricular para uma escola mais conectada com o adolescente. Para facilitar, será fornecido um diagnóstico detalhado que considera a análise histórica de avanços e/ou retrocessos da escola no Ideb, proficiência e fluxo escolar.
Para complementar o diagnóstico, a plataforma fornecerá ainda instrumentos para realização de avaliações diagnósticas em língua portuguesa e matemática junto aos estudantes dos anos finais. Também estarão disponíveis ferramentas de escuta da percepção que os estudantes têm sobre o ambiente escolar e uma área de compartilhamento de boas práticas.
Todo o processo será mediado e acompanhado por uma plataforma digital, em que as redes de ensino, no ambiente virtual de aprendizagem do MEC, poderão customizar os cursos e adequá-los ao diagnóstico e à expectativa da rede. Tais ações visam, juntamente com esses aspectos, apoiar a escola e os professores no desenvolvimento das dez competências gerais da Base Nacional Curricular Comum (BNCC).
Atendimento – Das 65 mil instituições potenciais para atendimento pelo programa, 13 mil escolas vulneráveis – aquelas que possuem mais de 50% dos estudantes beneficiários do programa Bolsa Família – receberão, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), recursos para ampliação da carga horária, no âmbito do Programa Novo Mais Educação.
Para dar suporte ao programa, será formado um grupo de apoio com 53 coordenadores estaduais. O Escola do Adolescente tem o apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Esse grupo será responsável por coordenar planejar a implementação e implementar o programa junto às redes de ensino.
O período de adesão terá início em 10 de dezembro para as secretarias que, ao formalizarem o ingresso no programa, liberam o acesso para que as escolas o façam na sequência.
Veja a apresentação Escola do Adolescente (arquivo em formato pdf – 3Mb).
Da Assessoria De Comunicação Social / Do Ministério Da Educação / Foto: Mariana Leal / Mec – 28/11/2018 – 11:14:06