Fórum Brasil
“Não devemos fazer de qualquer jeito”, disse o governador pernambucano. Para ele, debate foi prejudicado por disputas na base aliada do governo Dilma.
Campos acredita que disputas políticas podem alterar o conteúdo do que havia sido discutido com a sociedade.
O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, defendeu nesta terça-feira 18 o adiamento da votação do Marco Civil da Internet. O governador pernambucano disse acreditar que um debate sobre o projeto está “contaminado” pelas disputas na base aliada do governo Dilma Rousseff. “Não estamos mais no tempo de fazer a coisa de qualquer jeito. A gente tem um bocado de coisa a ser feita de qualquer jeito e a gente viu no que está dando. Haja visto o que foi feito no setor elétrico”, disse Campos após sua fala no debate “Fórum Brasil – Diálogos para o Futuro”, de Carta Capital, em São Paulo. …
“De repente, essa situação na base (aliada) e a interferência do governo começaram por alterar o conteúdo do que havia sido discutido com a sociedade, naquilo que havia sido discutido com todas as visões e aí passamos a ter preocupação de uma legislação tão importante quanto essa ser objeto de uma disputa política que não tem absolutamente nada a ver com o conteúdo do que está sendo discutido”, afirmou.
Para Campos, a saída é não submeter o debate a um ambiente “contaminado por uma política menor”. “Sou muito sincero em dizer que acho melhor aguardar para o próximo ano para que um governo legitimamente eleito, que vai inclusive definir sua posição com clareza no debate eleitoral de conteúdo com a sociedade para que a gente não tenha um Marco Civil só porque vai ter um encontro internacional em abril”.
Mais cedo, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou que o projeto vai entrar na pauta de votação do plenário para a quarta-feira 19.
Aécio x Google. Perguntado sobre como vê a tentativa do possível futuro adversário Aécio Neves (PSDB-MG) em retirar acusações e ilações contra ele no Google e outros sites de busca, Campos disse não conhecer exatamente qual é a ação, mas fez questão de demonstrar solidariedade ao possível rival. “Não podemos fazer da campanha uma guerra de destruição de biografias”, afirmou. “Eu que conheci e conheço o preconceito de perto, não posso ficar favorável a um debate político que resvale para o pessoal, para agredir a família, para agredir a pessoa, caluniar. Isso é uma coisa atrasada. A sociedade não vai tolerar esse tipo de coisa”.