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Histórias da Bola: O Garimpeiro do Gama
“Pai! Você torce para qual time?”, indagou o filho Hugo. “Para o Gama”, respondeu Márcio Almeida. “Eu estou falando de time de verdade, que passa na televisão”, retrucou o garoto. “Gama!”, reafirmou Márcio.
Para menino candango, que só via os amigos se dizerem flamenguistas, vascaínos, botafoguenses, etc, a revelação lhe parecia esquisitíssima. Afinal, ele não conhecia nenhum torcedor do Gama.
“Não era tão chocante, não. Quando eu era garoto, achava que era flamenguista, como a maioria dos meus amigos. Descobri que era Gama quando este venceu o Flamengo, por 2 x 1, dentro do Maracanã, pelo Brasileiro de 2002”, demarca Márcio, sobre o jogo em 28 de agosto de 2002, quando Hélio dos Anjos era o treinador e o time foi: Pitarelli; Paulo Henrique, Jairo Araújo, Vinicius e Rochinha; Deda, Lindomar e Anderson Barbosa e Jackson; Rafael e Paulo Nunes.
Hoje, o filho de Márcio Almeida tem 17 anos e é zagueiro do Gama. Ele, funcionário da Vara da Infância, na Justiça do DF, e maior pesquisador da história do clube, um “garimpeiro de memória”.
Márcio criou o www.memorialgamense.org e vem movendo o planeta em busca dos passos do “Periquitão”. O primeiro iten importante que obteve foi a camisa 10 do meia Miguel, no jogo em que o Gama saiu bicampeão do Torneio Incentivo-1978. Presente do treinador Manoel Cajueiro.
“Já tenho 57 jaquetas históricas, sendo 12 réplicas”, revela Márcio, que está produzindo o “Gamapédia”, listagem de atletas, dirigentes e demais pessoas que fazem a vida do clube.
Quando assistiu o primeiro jogo do Gama, Márcio Almeida tinha 10 anos e ficou com o rosto imprensado no alambrado do antigo Bezerrão. O estádio, lotado, teve torcida dividida, meio-a-meio, entre gamenses e flamenguistas.
Histórias da Bola: O Garimpeiro do Gama
Gustavo Mariani