Greve dos caminhoneiros: Governo anuncia acordo para suspender greve por 15 dias
O acordo prevê que o desconto de 10% sobre o preço do diesel será mantido por 30 dias
Depois de sete horas de reunião em Brasília, o governo e parte das associações de caminhoneiros anunciaram um acordo para suspender a paralisação da categoria por 15 dias.
Eliseu Padilha, Eduardo Guardia e outros ministros estão dando entrevista coletiva sobre o assunto neste momento. O ministro da Casa Civil já prometeu reduzir a zero a Cide para o ano de 2018.
O acordo prevê que o desconto de 10% sobre o preço do diesel será mantido por 30 dias – período maior que os 15 dias oferecidos ontem pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente.
“O que estamos acordando é que o preço ficará fixo no patamar definido pela Petrobras por 30 dias. Nos primeiros 15 dias, voluntariamente proposto pela Petrobras, e, a partir do 16º dia, o governo irá pagar”, disse o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
O representante de uma associação, contudo, disse que manterá o movimento. A paralisação, que começou na segunda-feira, afeta estradas de 22 estados e do Distrito Federal.
Caminhoneiros divididos
Apesar do anúncio do acordo com entidades de representação dos caminhoneiros, não há certeza de que a greve será encerrada. Nélio Botelho, presidente Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado do Rio de Janeiro, diz que não reconhecesse esse acordo.
“Estamos todos revoltados, quem não participou da reunião está discordando de tudo o que foi decidido com o governo. Não vamos apoiar esse absurdo. Recusamos e vamos avisar aos caminhoneiros para não desmobilizar. Esse acordo não resolve o problema de ninguém”, afirmou ele a VEJA.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) não participou da reunião. Seu presidente, José da Fonseca Lopes, abandonou a reunião logo no início dizendo não concordar com os termos do acordo que estava sendo desenhado.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, minimizou a ausência de Fonseca e afirmou que o acordo foi fechado com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), a qual a Abcam é filiada. “A forma como ele saiu, as palavras que ele usou abandonando a reunição, mostraram que ele nunca deveria ter entrado [na reunião].”
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)