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Foto mostra 5 bebês em um mesmo berço no Hospital do Gama, no DF
Equipamento era o único disponível no local; imagens são de quinta-feira. GDF diz que problema não reflete realidade e que vai apurar o caso.
Imagens feitas por funcionários do Hospital Regional do Gama, no Distrito Federal, mostram cinco bebês recém-nascidos dividindo o mesmo berço, o único disponível no local. Segundo a autora das fotos, que não quis se identificar, a cena aconteceu na madrugada desta quinta-feira (12).
Em nota, a Secretaria de Saúde lamentou o caso e disse que apura as circunstâncias em que os bebês foram colocados no mesmo berço. A pasta também disse que a prática “não reflete a realidade das maternidades do DF” e as imagens estão sendo usadas para “denegrir o serviço de saúde pública de Brasília”.
Em outra foto, bebês que precisam de cuidados especiais aguardavam atendimento ainda no centro obstétrico, por falta de vagas no berçário. As imagens também mostram quatro mães em trabalho de parto, que aguardam a cesariana em um banco de madeira. Outra mulher aparece deitada em uma cadeira e dá à luz fora da sala apropriada.
O subsecretário de Atenção à Saúde, José Tadeu Palmieri, visitou o hospital nesta sexta (13). Na ala obstétrica, com capacidade para 10 pacientes, havia 35 mulheres internadas. Materiais básicos como seringas e medicamentos não estavam disponíveis.
Em entrevista nesta quinta (12), ele afirmou que seria necessário liberar o pagamento de horas extras e a contratação de concursados para resolver o problema. “Está dependendo da decisão do governo. Nós temos um concurso vigente aí, mas depende do orçamento. Como os senhores sabem, estamos no limite, né?”, diz.
Segundo Palmieri, as más condições de trabalho também dificultam a atuação dos profissionais que já estão na rede pública. “O salário está mais ou menos ajustado ao mercado. Hoje, o problema é melhorar a condição de trabalho e dar ais confiança ao nosso profisissional.”
Rede em crise
Segundo o GDF, a superlotação no Gama foi causada pelos problemas no Hospital Regional de Santa Maria, que passou uma semana virtualmente interditado. Apenas um médico atendia na área obstétrica da unidade. Os outros profissionais são terceirizados e não recebiam salário desde agosto.
O GDF conseguiu na Justiça adiar a nomeação de médicos de carreira e estender o contrato com temporários por 180 dias. Com isso, a Saúde previa a normalização do atendimento para esta quinta-feira (12) e retomada dos 400 partos mensais, desafogando outros hospitais da rede pública.
Imagens divulgadas no início da semana mostravam recém-nascidos usando incubadoras quebradas e dividindo o mesmo equipamento com outros bebês no hospital de Ceilândia. As imagens revelam que gestantes aguardavam o trabalho de parto em cadeiras de madeira fora do centro obstétrico e que mães ficavam em cadeira de rodas para amamentar os filhos, e não em leitos destinados ao repouso.
O último concurso da Secretaria de Saúde foi realizado em setembro, com 1.662 vagas para diversas especialidades. Os 2.760 candidatos aprovados podem ser chamados até 8 de dezembro de 2016, de acordo com a ordem de classificação no processo seletivo.
Fonte: G1 DF – 13/02/2015 22h36 – Atualizado em 13/02/2015 22h36