Falta lazer para jovens no Gama
Apesar de ser a sexta maior cidade do Distrito Federal, os moradores sofrem com a centralização cultural
Por: Luanna Couto, Da redação do portal IESB
Jovens gamenses reclamam da falta de investimento em cultura e lazer. Com 136 mil habitantes, segundo a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), o Gama possui cerca de 30 mil jovens. Mesmo assim, há poucos recursos, muitos pontos desativados e extremo descuido das áreas disponíveis.
O Gama, hoje, conta com o Skate Parque e praças, como a do Sandubas e da Administração Regional. Pontos de encontro que se tornaram referência em todo o Distrito Federal nos anos 1980, como o Parque da Prainha, está desativado há 13 anos e o Cine Itapuã, fechado há uma década.
Thálisson Silva, de 20 anos, mora na cidade desde pequeno e reclama da falta de investimento em lazer e cultura. “Somos esquecidos culturalmente, mesmo quando há projetos para algo novo na cidade, o governo demora anos para executar e nos deixa jogados às traças”.
Algumas iniciativas nunca saíram do papel, como o Parque Vivencial Urbano Norte, no setor norte da cidade, que em área ambiental de 592 mil metros quadrados. O parque foi criado em 1998 mas houve problemas na licitação, e passados 16 anos, moradores ainda reclamam do abandono da área, que é frequentemente utilizada por traficantes e usuários de drogas.
Sem transporte
Outro problema é a locomoção dos jovens para o Plano Piloto, onde está grande parte das atividades de lazer do Distrito Federal. Amanda Oliveira, estudante de 21 anos, reclama da centralização cultural em Brasília. “Tenho que ir ao Plano Piloto todos os finais de semana, não há nenhum centro cultural público e nem particular aqui”, finaliza.
Cine Itapuã
Considerado a vanguarda do cinema de Brasília, o Cine Itapuã já teve seus dias de glória. Inaugurado em 1961, já foi o segundo maior do Distrito Federal. Na praça, já tocaram bandas e artistas renomados, como Legião Urbana, Oswaldo Montenegro e Belchior.
O espaço foi doado por comerciantes ao Governo do Distrito Federal há 29 anos mas está desativado desde 2005 . Já foram feitas diversas audiências públicas para discutir a restauração do local, mas nada foi feito ainda. Segundo a administradora do Gama, Maria Antônia Magalhães, “restaurar o Cine Itapuã é uma prioridade”.
Raimundo Nonato frequentava o cine e a praça em frente e relembra os tempos de infância. “Na época, tínhamos grupos de teatro e nos apresentávamos no cinema. A cultura que proporcionava aos jovens os tiravam das ruas e os traziam para arte”, lembra.
Parque Prainha
O Parque Recreativo do Gama, conhecido como Prainha, é uma reserva ecológica que conta com três nascentes e vegetação típica do cerrado. Nos anos 1980, era frequentado por moradores da região. Foi desativado em 2002 e desde então, apenas usuários de drogas frequentam o local.
A assessoria de comunicação da Administração Regional do Gama limitou-se a dizer que “a administração entende a urgência em revitalizar as áreas para melhor atender a população”. Um pacote de obras lançado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), orçadas em R$ 3,5 milhões, para a revitalização das piscinas, vestiários e lanchonete, mas ainda não há previsão para o início.
Foto: Luanna Couto