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Estudantes do Gama desenvolvem plástico biodegradável
Com o auxílio do professor de química, alunos de ensino médio de escola pública do Gama produzem membranas de plástico biodegradável a partir de cascas da fruta. Agora, precisam de ajuda para participar de feira internacional na Malásia
A casca é a proteção natural das frutas, mas, no caso da laranja, estudantes do Centro de Ensino Médio 2, no Gama, enxergaram além. Bárbara Wingler, 18 anos, Kazue Nishi, 17, Lucas Silva, 19, e o professor de química Alex Aragão, 29, criaram um método para transformar o material orgânico em plástico biodegradável. Trata-se de uma alternativa ao plástico comum a partir da casca da fruta. Por causa da inovação, a World International Fairs Association (Wifa) — Associação Mundial de Feiras Internacionais, em tradução livre — convidou o grupo para apresentar o projeto em uma feira de ciências na Malásia, no segundo semestre de 2020.
A ideia surgiu quando os alunos se sensibilizaram com o problema dos plásticos nos oceanos, especialmente de canudos, que provocam a morte de tartarugas. Os estudantes, com o apoio do professor Alex, pesquisaram fontes de matéria- prima disponíveis em grande quantidade no Brasil, além de artigos científicos. Com o estudo concluído, os estudantes testaram metodologias. Eles descobriram, por exemplo, que a casca de laranja, por reunir muitos compostos orgânicos, pode ser tóxica ao meio ambiente quando descartada de maneira incorreta na natureza. “A partir dessas questões, decidimos usar a laranja para produzir um material capaz de substituir o plástico e não poluir, mesmo descartado de forma errada”, descreve Kazue. “Estamos trabalhando em cima dessa tecnologia a fim de conseguir um material com propriedades mais resistentes”, detalha o educador.
O levantamento para tornar a iniciativa realidade durou alguns meses, até chegar à primeira membrana de bioplástico, em agosto de 2019. A primeira apresentação ocorreu na Feira Brasiliense de Tecnologia e Ciência de 2019. O grupo conquistou o terceiro lugar na modalidade Ciências Exatas da Terra. Após o resultado, os representantes do Centro de Ensino Médio 2 do Gama receberam o credenciamento da Wifa. A organização internacional apresentou o projeto dos jovens à World Invention Competition and Exhibition (Wice) — Competição e Exibição Mundial de Invenções, em tradução livre —, a ser realizada em Kuala Lumpur, na Malásia, de 2 a 6 de outubro de 2020, porém, os alunos não têm condições de arcar com os altos custos da viagem.
Dificuldades
Além dos custos da viagem à Malásia, o grupo precisa de uma estufa para secar as membranas na placa de Petri. Com a necessidade de dar continuidade ao projeto, os estudantes e o professor trabalharam no improviso, a partir de caixas de madeira e vidro de um aquário quebrado. “Com o nosso ‘equipamento’, as membranas demoram, em média, 10 dias para secar. Em uma estufa tradicional, demoraria uma semana, no máximo”, revela o professor Alex.
A escola também não tem recursos para proporcionar uma estrutura que atenda às demandas da produção científica do Clube de Ciências. “Tiramos dinheiro do nosso próprio bolso para comprar reagentes e outros equipamentos necessários para fazer o bioplástico”, explica o educador.
Os três alunos querem seguir carreira na área de ciências exatas. Lucas e Bárbara concluíram o ensino médio em 2019, e Kazue está no último ano. Kazue e Lucas querem cursar química; e Bárbara pretende seguir o caminho da biotecnologia.
O evento
Sediada na Malásia, a feira pode ser uma grande oportunidade de atrair olhares para possíveis investidores no projeto. O WICE-World Innovation Competition and exhibition-Malaysia é um evento que pretende observar o desenvolvimento e o conhecimento de jovens sobre a invenção e a inovação, especialmente no campo da ciência, além de fomentar extensão das ideias, dos conhecimentos e das habilidades dos alunos na aplicação do dia a dia.
Como ajudar
Na tentativa de arrecadar dinheiro para a viagem internacional, os alunos criaram uma vaquinha on-line, na qual é possível doar qualquer valor. O objetivo é arrecadar R$ 25 mil. Até o momento, eles conseguiram mais de R$ 5 mil. Para doar, basta acessar www.vakinha.com.br/vaquinha/ajudar-os-alunos-do-cem-02-do-gama-a-participaram-da-wica e colaborar. Outra ajuda bem-vinda seria a doação de uma estufa de laboratório. O equipamento que o grupo usa hoje é improvisado e leva cerca de 10 dias para secar uma membrana. A estufa em bom estado leva menos de uma semana. Para mais informações, entrar em contato com o professor Alex Aragão, pelo telefone (61) 99404-1014.
Fonte: Correio Braziliense – 23/01/2020
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