Visando contribuir para a evasão escolar crescente no ensino médio, as escolas cívico-militares já estão em funcionamento no Brasil no primeiro semestre de 2020. O plano de implementação será gradativo, em que 216 escolas deverão estar atuando nesse modelo até 2023, segundo projeção do Ministério da Educação (MEC). Através do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, o MEC prevê a destinação de R$ 54 milhões para 54 escolas, sendo R$ 1 milhão por instituição.
Para atender à expectativa do projeto, a segunda etapa de capacitação de profissionais que irão atuar nas escolas cívico-militares começou nessa terça (11). Policiais e bombeiros militares irão frequentar quatro dias de treinamento para trabalhar na gestão das unidades designadas.
A pedagoga Miraildes Santos, atuante na área de educação há 28 anos, trabalha em uma instituição municipal integrante do programa desde julho de 2019 e fala sobre os impactos da militarização. “A mudança foi notória quanto à disciplina dos alunos. Eles permanecem em sala, mesmo com aulas vagas, passaram a respeitar mais os colegas e professores, refletindo na melhoria da aprendizagem deles”, relata.
A coordenadora escolar também revela de que forma ocorreu a interferência dos militares no processo de gerenciamento da escola. “Foram cinco policiais atuando neste processo de Vetor Militar – 1 diretor disciplinar, 1 coordenador disciplinar e 3 tutores militares, que muito nos ajudaram na disciplina e orientação dos alunos. Desta forma foi bastante válido este processo de militarização, sendo que um dos objetivos é o combate à violência e ao uso de drogas”, explica.
Ex-aluna de Colégio Militar, Laiane Ribeiro, 21, fala sobre a importância da instituição para sua qualificação. “Eu sou formada em um sistema militar. Apesar da rigidez e disciplina, eu reconheço que é um ensino diferenciado. Dificilmente encontraria um colégio público que me proporcionasse a infraestrutura e qualidade de ensino ofertada pela instituição militar”, conta a estudante do 4º semestre do curso de Direito.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil