Entrevista

Em nome da unidade tucana

Eleições 2014

Em conversa com o blog, o tucano Márcio Machado confirma sua pré-candidatura ao Buriti, critica duramente o governo Agnelo e garante que sua absolvição no processo que o acusava de dispensa ilegal de licitação na reforma do Nilson Nelson calou de vez seus adversários: “Não estou fora do jogo político”, frisa.

 

Blog do Sombra: A sua saída da presidência do PSDB-DF gerou algumas especulações. Por que o senhor deixou o comando regional dos tucanos?

 

Márcio Machado: Olha, eu tive a honra de presidir o diretório regional do PSDB por três mandatos consecutivos. Consegui unir todas as forças políticas do partido em torno de um projeto em defesa dos princípios e pensamentos que contribuíssem com interesse maior da sociedade. O problema é que em maio de 2013 terminou meu mandato e, pelo estatuto, eu não poderia ser reconduzido ao cargo. Além disso, não tinha pretensão de retornar à presidência do partido. A mudança sempre serve para oxigenar um grupo. …

 

Blog do Sombra: Então não houve relação com a acusação de dispensa de licitação do Nilson Nelson quando o senhor era secretário de Obras?

 

Márcio Machado: Claro que não (risos). Desde que esse processo foi recebido na Justiça já sabíamos que ele não prosperaria. Inclusive, por informações de amigos meus de dentro do próprio partido que militam na área jurídica. A ação só prosperaria se houvesse comprovação de dano ao erário, coisa que nunca ocorreu. Pelo contrário, ficou provado que a reforma foi enxuta e custou muito menos do que a previsão inicial. Reduzimos gastos e assim a Justiça entendeu. A minha absolvição era certa, mas é claro que a palavra final de um colegiado botou um ponto final nessa história, que serviu apenas para alguns adversários acharem que eu estaria fora do jogo político. Hoje mostro que não estou.

 

Blog do Sombra: A sua permanência como presidente durante três mandados no PSDB ajuda ou atrapalha a sua disposição de ser candidato ao Buriti?

 

Márcio Machado: Sou do PSDB desde 1995 e tenho história com o partido. Com essa trajetória, aliada à função de presidente por três mandatos, eu acredito que pode sim contribuir imensamente para a decisão de colocar meu nome à disposição do meu partido como pré-candidato a governador. É claro que levei em consideração também a minha história de vida como engenheiro, de empresário e ainda as diversas funções públicas que exerci, quando adquiri conhecimento de todos os problemas que tanto incomodam a população do Distrito Federal.

 

Blog do Sombra: O senhor decidiu anunciar sua candidatura após o PSDB já possuir pelo menos dois outros prováveis nomes ao governo. Qual foi o motivo dessa decisão?

 

Márcio Machado: É bom que se deixe claro que todas as candidaturas colocadas são legítimas, inclusive a minha. Ouvi muitas pessoas do partido, aliados e realmente acredito que meu nome poderá agregar ao PSDB, principalmente agora que o partido está passando por um momento difícil, de turbulência, necessitando de união entre todas as forças para as eleições.  É o que eu falei ainda há pouco: além de toda a minha experiência de vida, acabei sendo cobrado por nossos companheiros tucanos para que colocasse meu nome à disposição. E quem me conhece ou me acompanha sabe que sempre tive uma vida política muito ativa e sempre preocupado com os problemas do DF. É lógico que nutro um desejo imenso de poder contribuir efetivamente para a melhoria da qualidade de vida de nossa população. Desta forma, encarei como um desafio e não hesitei em tomar a decisão.

 

Blog do Sombra: O senhor é engenheiro e ficou conhecido como o homem das obras do governo Arruda. No entanto, seu companheiro de partido, Luiz Pitiman, que tenta viabilizar a candidatura, também cuidou de obras no mesmo governo e possui um perfil parecido. O que diferencia o senhor do deputado Pitiman?

 

Márcio Machado: Veja bem, tenho todo o respeito pelo deputado Pitiman, ainda mais agora que ele pertence aos quadros do partido. Realmente estivemos juntos no governo Arruda, mas eu fui secretário de Obras por três anos e tive a oportunidade, ouvindo a comunidade, de planejar e executar todas as duas mil obras do Governo Arruda. No entanto, nossa convivência no Governo Arruda foi curta, pois ele esteve à frente da Novacap por apenas nove meses. Além de engenheiro civil, eu tenho uma grande experiência e conhecimento, tanto na iniciativa privada como na gestão pública. Fui secretário de Obras e membro titular de diversos conselhos, como Sebrae, Conselho de Preservação da Área Tombada de Brasília, Conselho de Desenvolvimento Econômico, Conselho de Habitação, Conselho do Meio Ambiente, Conselho da CEB, Conselho do Metrô, presidente de entidade de classe e várias outras, que realmente podem somar e muito nesse desafio.  Além disso, o que eu acho o mais importante, é que apesar de ser mineiro, tenho 34 anos vividos em Brasília com muito orgulho, onde construí minha vida e família, mas também conheci todos os rincões do Distrito Federal e seus problemas. Agora, se temos o perfil parecido ou não, deixo para as pessoas julgarem.

 

Blog do Sombra: E a respeito do outro pré-candidato tucano, o também deputado Izalci, como o senhor avalia?

 

Márcio Machado: O deputado Izalci é um companheiro que viveu o partido por diversos momentos importantes, tem uma história de vida que lhe permite postular qualquer função pública no DF. Acredito e vou trabalhar muito para que possamos, eu Izalci e Pitiman, unir forças tendo como objetivo comum o melhor para o PSDB e para as nossas cidades, deixando de lado a vaidade e trabalhando focados para eleger Aécio Neves como presidente do Brasil e também  o próximo governador para tirarmos o Distrito Federal dessa crise em que vive com a gestão do PT.

 

Blog do Sombra: Então como o senhor pretende trabalhar para convencer de que seu nome é o mais viável para o partido?

 

Márcio Machado: O partido possui diversos nomes com muita experiência e em condições de também pleitear esta função pública. Posso citar a governadora Abadia, o deputado Izalci, o ex-secretário de Governo, José Humberto, e vários outros. Além de minha história de vida limpa, tenho procurado aprofundar conversas com todos os companheiros do PSDB-DF e da direção nacional. Quero mostrar a todos o meu perfil e a minha experiência, além de minha proposta para a cidade. Acredito no projeto de que possamos somar com os todos os partidos para promover a união das forças de oposição aos governos do PT, tanto local quanto nacional. Precisamos dessas forças para fazer um belo palanque aqui em Brasília e ajudar na vitória do nosso presidente Aécio Neves, além de fazer o novo governador do Distrito Federal. Assim, eu confio e acredito que estaremos ajudando o Brasil e Brasília a promover as mudanças que a população tanto cobra.

 

Blog do Sombra: Há rumores de que o PSDB já decida ainda em janeiro a possível candidatura majoritária ao DF. Caso não seja o escolhido, o senhor trabalhará para o candidato referendado?

 

Márcio Machado: É verdade. Tudo leva a crer que aconteça esta escolha até o fim do mês. E eu acredito que a escolha do candidato do PSDB tem que ser feita de uma forma tranquila, sem afobamento, adotando-se um processo de análise profundo e democrático, sempre visando os interesses da socialdemocracia e da população do Distrito Federal. O nosso presidente regional, o ex-ministro Eduardo Jorge, e o nosso presidente nacional, Aécio Neves, são homens públicos que têm um enorme apreço pela transparência, democracia e pelo diálogo permanente. Portanto, o PSDB sabe que não precisa ter tanta pressa para uma definição como esta, até porque todos sabem que a “a pressa é inimiga da perfeição”. Mas o dever de todo postulante é, primeiramente, agregar e não ser candidato dele próprio. E assim tenho trabalhado. Segundo, é ouvir o que a maioria deseja. Sendo assim, teremos confiança na voz de nossos militantes. E claro, sempre confiando na sabedoria e isenção de nossos dirigentes para que o processo seja o mais democrático possível.

 

Blog do Sombra: Se o senhor realmente for o escolhido, qual será a maior bandeira do PSDB na campanha para conquistar o Palácio do Buriti?

 

Márcio Machado: O PSDB já possui praticamente pronto um conjunto de propostas para ser apresentado à sociedade do DF. Elas servirão para convencer que nossas ideias, em conjunto com a dos demais partidos aliados, será a melhor opção para a nossa população. O governo do PT que está provisoriamente de plantão, que tem uma aprovação de apenas 9% da população e que foi apontado pela pesquisa do IBOPE como o segundo pior governo do Brasil, não tem projeto para o Distrito Federal, não fez e não faz nada, a não ser gastar milhões em propaganda mentirosa e absurda. Estamos assistindo um caos na saúde, a pior do país, o pior índice de criminalidade, a educação abandonada e um total desgoverno. Vamos, portanto, apresentar uma proposta à sociedade que mude toda esta situação que aflige o cidadão brasiliense. A educação e a saúde, com certeza, merecerão uma atenção redobrada e serão nossa prioridade, e não um estádio bilionário e megalomaníaco como esse que o PT ergueu. Vamos acabar com analfabetismo e tornar a educação exemplo para o Brasil e iguala-la ao dos melhores índices do mundo. Vamos construir o futuro. Mas é claro que não estarmos sozinhos nesta missão. Tenho muita confiança que o PPS, presidido pela deputada Eliana Pedrosa, o DEMOCRATAS, presidido pelo aguerrido  Fraga ,o PP do competente Paulo Otávio e outras tantas lideranças formarão uma grande aliança para mudar, pra melhor, tudo isto que está aí.

Fonte: Redação – 19/01/2014
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Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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