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Em celebração ao Dia Nacional da Abelha, cartaz com espécies do Cerrado é lançado no DF
O Dia Nacional da Abelha é comemorado em 3 de outubro. Em alusão à data, a coleção Eu Amo o Cerrado, ferramenta de educação do Instituto Brasília Ambiental, está com um novo produto: o cartaz Abelhas Indígenas sem Ferrão do Cerrado.
O Instituto Brasília Ambiental – IBRAM lançou na manhã desta terça-feira, 3 de outubro, em comemoração ao Dia da Abelha, o cartaz “Abelhas Indígenas Sem Ferrão do Cerrado”. Esse novo produto será incorporado à coleção “Eu Amo o Cerrado”, uma ferramenta de educação ambiental do Instituto. A apresentação do cartaz, tanto em formato virtual quanto impresso, ocorreu na sede do Instituto, localizada na SEPN 511, bloco C, Edifício Bittar. O evento foi enriquecido com exposições técnicas conduzidas por especialistas da área, associações e produtores, e também incluiu uma degustação de mel de abelhas tradicionais e nativas.
Segundo o presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, o instituto está testando a introdução de abelhas sem ferrão no Parque do Cortado para trazê-las para as unidades de conservação.
“A gente sabe que no Parque da Cidade já tem. É importante para as crianças e adultos saberem a importância das abelhas no nosso Cerrado – mas sem ferrão, para não correr nenhum risco. Nossa educação ambiental fez esse evento pra gente comemorar, tem três parceiros hoje nos ajudando, com as associações e servidores. É um conjunto de todos que gostam e sabem a importância da abelha pro nosso meio ambiente. Quando falam da fauna, esquecem que temos também nossos insetos, com uma pluralidade no meio ambiente que precisa desse cuidado todo”, afirma Nemer.
O evento foi aberto à comunidade. Segundo o chefe da unidade de Educação Ambiental do Instituto Brasília Ambiental, Marcus Paredes, a ideia é divulgar a importância das abelhas e ter mais um componente da composição Eu amo o Cerrado.
“Celebrar o Dia da Abelha é uma honra para nós. Sabemos da importância desses animais e do papel ecossistêmico e ecológico deles na polinização. Elegemos a abelha para ser nosso primeiro cartaz puxando para o lado dos invertebrados”, destaca Marcus.
Meles, terapia e o universo das abelhas
Bruno Galli, 38 anos, mora em Brasília e se diz apaixonado pelas abelhas que tem em casa. Para ele, elas são como terapia. O médico veterinário cria abelhas sem ferrão, como a marmelada, mocinha preta, jataí e mandaguari.
Ele conta que o interesse veio de família, por meio de lembranças da avó. Bruno via as caixinhas de abelha e, na época, não entendia o que eram aquelas abelhinhas diferentes que pareciam mosquitinhos nas flores.
“Só depois de adulto, fui pesquisar. E vi que é um universo gigantesco incrível, que vale a pena preservar, entender e acompanhar o desenvolvimento. É uma coisa muito nacional e acho que muitas pessoas não conhecem. A gente só pensa em abelhas com ferrão, mas, na verdade, há um universo enorme de abelhas brasileiras. É muito legal que a associação esteja fazendo esse evento no Dia da Abelha”, observa o veterinário.
O evento contou com o apoio da Associação de Meliponicultores do Distrito Federal, a AMe-DF. Além da degustação, que contemplou exemplares de mel de diversas abelhas sem ferrão, como a Mandaçaia, Jataí, Borá e Benjoi, também houve palestras e caixas de abelha com vidros onde era possível observar as espécies.
A publicitária Nájila Bergman de Barros foi uma das expositoras que apresentou o Mel de Aroeira, encontrado no norte de Minas Gerais. Segundo a especialista, o mel vem com propriedades especiais do clima semiárido, em um período onde não tem inseticida nas lavouras, diferenciando a pureza e a qualificação do mel.
“Esse mel é pesquisado pelas universidades federais de Belo Horizonte e Montes Claros, por causa de suas propriedades. Além do sabor, densidade e coloração mais escura, o mel auxilia no tratamento da úlcera, gastrite, tosses e também pode ser usado para emplastros, queimaduras e inflamações em geral”, comenta Nájila.
Algumas abelhas produzem mel de altíssimo valor gastronômico, que podem variar muito em textura e sabor de acordo com a espécie e ser uma boa fonte de recursos para os produtores.
As abelhas e a polinização
Na natureza, as abelhas são polinizadoras, ou seja, as responsáveis por fazer a transferência de pólen das anteras de uma flor para o estigma (parte do aparelho reprodutor feminino) da mesma flor ou de uma outra flor da mesma espécie. Assim são produzidos frutos e sementes.
“Se a gente cortar esse serviço e deixar de ter abelhas na natureza, provavelmente a gente vai ter menos frutos e sementes, tendo uma queda na produção, tanto da área nativa das nossas florestas quanto na produção comercial. A gente sabe que o papel das abelhas na polinização é fundamental”, acentua Marcus Paredes.
As abelhas indígenas sem ferrão do Cerrado são do gênero Meliponini. Historicamente, muitas dessas abelhas sofreram uma exploração predatória por meleiros, com a retirada do mel sem o manejo correto, destruindo colônias na natureza, o que contribuiu para a diminuição das populações em algumas regiões.
Coleção Eu Amo Cerrado
Desde 2012, o Brasília Ambiental produz, por meio de sua Unidade de Educação Ambiental (Educ), a coleção Eu Amo o Cerrado, que tem como foco a divulgação da biodiversidade do bioma.
O projeto parte da perspectiva de que “só cuida quem ama e só ama quem conhece”. Atualmente, a coleção contém 12 cartazes: Árvores do Cerrado, Aves do Cerrado, Frutos do Cerrado, Mamíferos do Cerrado e Pegadas, Peixes do Cerrado, Anfíbios do Cerrado, Plantas Medicinais do Cerrado, Frutos Medicinais do Cerrado, Flores do Cerrado Roxas e Azuis, Flores do Cerrado Amarelas, Flores do Cerrado Vermelhas e Alaranjadas e Flores do Cerrado Brancas.
Em 2022, a Educ distribuiu cerca de 10 mil cartazes da coleção a todas as Coordenações Regionais de Ensino do DF, em parceria com a Secretaria de Educação (SEE). Mais informações sobre o projeto neste link.
Informou Instituto Brasília Ambiental com adptações – 06/10/2023
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