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Educação a Distância é aposta do futuro

A barreira do preconceito foi rompida e, hoje, um em cada cinco estudantes de graduação estuda a distância

A educação superior no Brasil cresce a passos lentos. No ano passado, houve uma expansão de apenas 3% nas matrículas. Esse aumento, no entanto, só foi possível graças ao número de alunos no ensino a distância que subiu 17,6%, o maior em dez anos, de acordo com o Censo da Educação Superior 2017. Um em cada cinco estudantes de graduação estuda a distância. Especialistas acreditam que essa modalidade representa o futuro da educação mundial.

Hoje, a EAD representa 21,2% do total de matrículas no ensino superior do país, de acordo com o Ministério da Educação. A expansão deve ser mantida nos próximos anos, pois o MEC mudou no ano passado a regulamentação para a abertura de novos polos que ofertam cursos nessa modalidade, impulsionando em mais de 130%.

Nos últimos anos, a barreira do preconceito foi rompida. Os empregadores não demonstram resistência a essa modalidade na hora de contratar. Para Engels Rego, Diretor Acadêmico da Faculdade Unyleya, a EaD exige disciplina, capacidade de interpretação e uso de ferramentas de comunicação e interação. “Isso tudo é muito apreciado atualmente pelo mercado de trabalho”.

Segundo ele, um curso em EaD não é uma “moleza” como alguns possam pensar. “Muito pelo contrário, por isso a evasão na EaD é superior à educação presencial. Alunos que superam as dificuldades iniciais e conseguem levar o curso até o final têm grande potencial para se adaptar a qualquer desafio de mercado”, aponta.

Engels acredita que o Brasil é um terreno fértil para o desenvolvimento da educação a distância. “A dimensão continental do país, aliado à população jovem e conectada à internet favorecem o engajamento do público aos recursos aplicados na EaD”, analisa.

Além disso, há um enorme contingente de jovens adultos que não tiveram condições de ingressar no ensino superior à época da conclusão do ensino médio e agora buscam aprimorar sua formação. “Esses adultos, em geral, não têm condições de frequentar um curso 100% presencial, porque trabalham e, geralmente, têm filhos. Eles precisam de flexibilidade de tempo e local”, explica Engels.

Nesse sentido, a grande vantagem da EaD é a flexibilidade. O ritmo não obriga o estudante a estar num determinado local em horário específico. “Muitas pessoas deixaram de ingressar na faculdade ou outros cursos, porque não poderiam obrigar-se com um horário rígido. No contexto atual, principalmente das grandes metrópoles, deslocar-se para um determinado local pode ser muito custoso (em termos de tempo e valor), sem falar do perigo”.

Outro diferencial apontado por Engels é a inclusão que a EaD promove, com um custo muito inferior aos cursos presenciais. “A EaD é uma forma de democratização da educação. Veja o exemplo de milhões de alunos em todo o mundo que recorrem a aulas online gratuitas diariamente, como as da Khan Academy e muitas outras. Há conteúdo de qualidade para todas as necessidades disponíveis 24h por dia, sob demanda, a preços baixos ou de graça, para quem tiver interesse”.

A educação a distância também tem sido incorporada nos cursos considerados presenciais. “Dificilmente haverá no futuro um curso sem uso de algum recurso de EaD. Já percebemos isso inclusive na educação básica, em que os alunos estão frequentemente fazendo uso de recursos de colaboração, tarefas e exercícios online, em complemento à sala de aula”, avalia Engels.

No total, o ensino superior tem cerca de 8,3 milhões de estudantes em cursos de graduação. São 6,5 milhões matriculados em cursos presenciais, modalidade que sofreu uma queda de 0,4% de 2016 para 2017.

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Israel Carvalho

Israel Carvalho é jornalista nº. DRT 10370/DF e editor chefe do portal Gama Cidadão.

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