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Das convergências: José Pacheco encerra curso de educação ambiental no Gama

Encerramento do curso “Meio Ambiente na Transversalidade da Educação”

O Instituto Federal Brasileiro (IFB) não deixou pedra sobre pedra na construção de uma ponte para a Educação moderna, transformadora e mais uma vez saiu na frente, no dia 25 de novembro, ao sediar o encerramento do curso “Meio Ambiente na Transversalidade da Educação” que foi realizado na Prainha durante os meses de setembro, outubro e novembro, promovido pela Gerência Regional de Ensino do Gama em parceria com esse Instituto e com o Mandato Brasília Sustentável, do Deputado Joe Valle, sob a coordenação da professora Leda Maria Bhadra, com o apoio da Profª Drª Rosângela Correa, professora na Área Educação Ambiental e Ecologia Humana da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.

No auditório do IFB, a chefe do cerimonial, a Secretária da GRE Gama, a professora Cassia Maria, teve a honra de conduzir ao púlpito cada um dos convidados, entre eles, um ilustre palestrante: José Francisco de Almeida Pacheco, criador da Escola da Ponte. Educador, pedagogo e pedagogista, como está descrito em sua resenha, é um grande dinamizador da gestão democrática na Educação. Ele não perde o fôlego e vai desconstruindo tudo o que vê pela frente em um sistema que rege uma Educação formal, autoritária, arcaica em que tudo é decidido de “cima para baixo” sob a batuta dos mandatários e de diretores escolares conservadores que compactuam com esse tipo de sistema.

Formado pela Universidade do Porto, é autor de uma infinidade de obras publicadas mundo afora, menos em Portugal, conforme ele mesmo disse em tom jocoso. Seria o mesmo que dizer que “santo de casa não faz milagres”. Pacheco afirma categórico que a Educação do futuro está no Brasil e assegura que a escola pública é uma conquista. Citou Darcy Ribeiro e sua importância na criação de uma das mais importantes universidades do país: a UnB.

Também, definiu a existência de três categorias de professor: (1) há aquele que é um bom professor; (2) aquele que poderá ser um bom professor; (3) e aquele que deve mudar de profissão. A diferença entre professor e educador é o “x da questão”. O educador compartilha experiências com o estudante; o professor impõe conteúdos didáticos (ou comumente se diz: “empurra goela abaixo”). Ele brinca com expressões como grade curricular e nos faz lembrar que as sirenes tão presentes no cotidiano das escolas soam como as de presídios. Só para continuar a zombaria, o mestre português diz que carga horária é coisa de jegue e vai surpreendendo a plateia com um humor sarcástico, mas sem perder a ternura.

Em suas anedotas ilustrativas, cita o caso de uma senhora que aprendeu a ler para poder saber sobre os bilhetes no paletó do marido e brinca: “Não é mesmo um bom motivo para aprender a ler?”. Isso me fez lembrar as máximas da Banca de Poetas da qual sou idealizador: na busca pelo leitor todas as tentativas são válidas. Ademais, quando fui Diretor da Prainha, tinha a percepção de que esse ambiente tinha de ser visto como uma escola não formal, includente e inclusivo; uma escola absolutamente sem muro, sem sala, sem teto, sem diretor, onde a criança fizesse seu plano de aula levando o educador para o mundo do conhecimento, lembrando que a teoria nunca antecede a prática e que tudo se constrói em um eterno mundo do descobrimento.

Nesse encerramento do curso “Meio Ambiente na Transversalidade da Educação”,  o Gerente da Regional de Ensino do Gama, o professor Fernando Freire, foi conciso em sua participação, citando Vitor Hugo (“A água que não corre forma um pântano; uma mente que não pensa forma um tolo”); William Blake (“O homem que nunca muda de opinião é como as águas estagnadas e gera répteis mentais.”); e Heráclito de Éfeso (“Um homem nunca se banha duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez o homem e o rio não serão os mesmos.”) para ilustrar que a principal característica de quem trabalha com a Educação deve ser o compromisso com a mudança. A professora Êrika Fernandes Cruvinel, Diretora Geral do IFB/Campi Gama, falou da importância das parcerias na execução de Políticas Públicas Educacionais e em ações que envolvam a comunidade. O Secretário de Estado do Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Joe Valle, ao se pronunciar, salientou a importância da participação da população em ações como essa, pois foi durante a realização da audiência pública, promovida pelo Mandato Sustentável para tratar de questões relacionadas a parques, que se tomou a decisão de se fazer o curso “Meio Ambiente na Transversalidade da Educação” aqui no Gama e não em outra cidade. “A participação enfática da comunidade exigiu do governo uma mudança de postura que norteou nossa ação e esse é o resultado”, disse Valle ao convidar ao púlpito a professora Bhadra que, nos últimos anos, dirigiu a Escola da Natureza, localizada no Parque da Cidade. Badra coordena um projeto abrangente que visa à criação dessa mesma escola na Prainha.

O que, enfim, presenciei — atento a todas às vozes que se pronunciaram e observador de olhares surpresos sobre o que se ia desvendando — foi a convergência de pensamentos, aliás, possíveis de realização da práxis pachequiana com riquíssimos indícios construtivistas, próximos dos atos pedagógicos de Agostinho da Silva e laureados pela ecossociologia de Eugênio Giovenardi.

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Por: José Garcia Caianno – Da redação do Gama Cidadão.
Fotografia: José Garcia
Revisão: Lúcia Helena Sá.

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