O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), deu posse nesta terça-feira (1º) a 29 secretários que vão compor o primeiro escalão do novo governo. Os nomes também foram publicados em uma edição extra do Diário Oficial do DF – a primeira com assinatura de Ibaneis.
Nesse primeiro momento, além de secretários e diretores, apenas cargos “fundamentais” para o pontapé inicial foram nomeados – a lista deve ser ampliada nos próximos dias. Até o momento, o governo Ibaneis não chegou a divulgar um teto para o número de servidores nessa fase inicial.
Conheça os nomeados
Dos 54 nomes anunciados para esse primeiro escalão de Ibaneis, pelo menos 12 têm relação com ex-governadores do DF. Outros 16 já passaram por governos de outros estados, gabinetes parlamentares do Congresso ou pelo governo federal em anos anteriores.
Há, ainda, 15 colegas de Ibaneis Rocha no direito — o novo governador fez carreira na advocacia privada e foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no DF.
Os secretários e diretores com vinculação partidária representam 8 legendas diferentes: MDB, PP, PPL, PV, PRB, PPS, PSDB, e PDT. Desses, apenas os três primeiros integraram a coligação que elegeu Ibaneis, junto com PSL e o Avante do vice-governador Paco Britto.
Ação Social: Eduardo Zaratz
Servidor público, ele é presidente do Partido Verde (PV) em Goiás e comandou a Secretaria Extraordinária do Programa Goiás na Frente até 2017.
Já chefiou a Casa Civil do DF no governo José Roberto Arruda (PR), em 2009, e foi adjunto da pasta de Meio Ambiente no governo Agnelo Queiroz. Em Goiás, foi secretário de Regiões Metropolitanas do governo Marconi Perillo (PSDB) em 2013.
Agricultura: Dilson Rezende
O zootecnista Dilson Resende foi presidente da Emater e secretário-adjunto de Agricultura no governo Arruda. Na gestão Rollemberg, ocupou a subsecretaria de Regularização Fundiária por dois anos.
Nessa última função, segundo o governo, ele desenvolvia “ações, atividades e procedimentos relacionados à regularização fundiária e de ocupações das áreas públicas rurais do DF”.
Ciência e Tecnologia: Gilvam Maximo
O empresário chegou a atuar como Secretário Extraordinário para o Entorno do DF no governo de Goiás, entre 2011 e 2014, na gestão de Marconi Perillo (PSDB). Foi candidato a deputado federal em GO, em 2014, mas não se elegeu.
Casa Civil: Eumar Novacki
No governo Michel Temer, Eumar Novacki foi secretário executivo do Ministério da Agricultura e chegou a assumir a chefia interina na ausência do ministro Blairo Maggi. Novacki também chefiou a Casa Civil do governo de Maggi no Mato Grosso, entre 2003 e 2010. Ele é coronel da Polícia Militar de MT e bacharel em direito.
Comunicação: Weligton Luiz Moraes
O jornalista já foi secretário de Comunicação do DF nas gestões Roriz (2003-2006) e Arruda (2007-2010). Na época, foi investigado por tentativa de suborno a uma testemunha e por falsidade ideológica no esquema conhecido como “Mensalão do DEM”.
Em setembro deste ano, porém, a Justiça do DF absolveu o jornalista das acusações. Nas eleições de 2018, Moraes coordenou a pré-campanha de Jofran Frejat (PR), que acabou desistindo de concorrer ao Palácio do Buriti.
Controladoria-Geral: Aldemário Araújo Castro
Aldemário Araújo é procurador da Fazenda Nacional desde 1993. Formado e mestre em direito, ele se candidatou ao Senado pelo PSOL em 2014, mas não foi eleito.
Cultura: Adão Cândido
O sociólogo é filiado ao PPS e tentou ser vice-governador do DF em 2014 na chapa de Luiz Pitiman (PSDB), mas não chegou ao segundo turno. Em 2016, foi indicado a um cargo de confiança no Ministério da Cultura na gestão de Roberto Freire, presidente nacional do PPS.
Desenvolvimento Econômico: Ruy Coutinho
O advogado é presidente de uma consultoria econômica e membro do Conselho Superior de Assuntos Jurídicos e Legislativos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).T ambém ocupou cargos no Ministério da Indústria e Comércio e no BNDES.
Educação: Rafael Parente
Doutor em educação pela Universidade de Nova York, ele foi subsecretário na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro no primeiro governo de Eduardo Paes (MDB), entre 2009 e 2013. Lá, implementou uma plataforma on-line colaborativa de aulas digitais chamada Educopédia. Ele também é CEO de uma startup no setor.
Entorno: Paulo Roriz
Paulo Roriz é sobrinho do ex-governador Joaquim Roriz e já foi deputado distrital por dois mandatos. Na gestão Arruda, foi secretário de Região Metropolitana, pasta similar à que ocupará no governo Ibaneis. Foi candidato a Câmara dos Deputados pelo PSDB, neste ano, mas não se elegeu.
Esporte: Leandro Cruz
Leandro Cruz foi ministro do Esporte na reta final do governo Michel Temer, de abril a dezembro de 2018. Antes, foi assessor técnico da Liderança do PMDB na Câmara dos Deputados até 2015, onde trabalhou por sete anos com o deputado federal e ex-ministro do Esporte Leonardo Picciani (MDB-RJ).
Fazenda: André Clemente
André Clemente é auditor de carreira da Receita do DF e coordenou a área econômica do plano de governo e da transição de Ibaneis. Em meio à operação Caixa de Pandora, foi secretário de Fazenda de José Roberto Arruda (PR), Paulo Octávio (PP) e Rogério Rosso (PSD).
Justiça: Gustavo Rocha
O advogado de 45 anos comandou a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante o processo de cassação. Em maio de 2016, foi nomeado ministro dos Direitos Humanos do governo Temer.
Durante a passagem pelo governo federal, acumulou também a função de subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Um dos principais auxiliares de Eliseu Padilha (ministro da Casa Civil), o advogado também ocupa uma vaga no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), indicado por Temer.
Juventude: Léo Bijos
Presidente da Juventude do PDT no DF, Léo Bijos é o integrante mais novo do secretariado de Ibaneis. Ele é formado em direito e trabalhou na coordenação do gabinete de Cristovam Buarque (PPS, ex-PDT) no Senado.
Habitação: Mateus Oliveira
Oliveira é advogado e mestre em direito urbanístico pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), e está no segundo mandato no Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan) – órgão com função consultiva.
Na página oficial do escritório de advocacia do qual é sócio-fundador, o advogado se apresenta com “15 anos de experiência em questões de alta complexidade relacionadas ao direito urbanístico, direito imobiliário e empresarial”.
Meio Ambiente: Sarney Filho
Filho do ex-presidente da República José Sarney, o político foi deputado federal por nove mandatos consecutivos, de 1983 a 2018. Desta vez, tentou uma vaga no Senado pelo Maranhão, mas não se elegeu.
Entre 2016 e 2018, Sarney Filho foi ministro do Meio Ambiente no governo Michel Temer. Ele deixou o cargo em abril, para sair em campanha eleitoral.
Mulher: Ericka Filippelli
Ericka Filippelli é filha do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB) e presidente regional do MDB Mulher no DF. Ela foi subsecretária de Articulação Instituicional e Ações Temáticas da Secretaria de Políticas para Mulheres do governo federal na gestão Michel Temer.
Nas eleições deste ano, Ericka se candidatou a deputada distrital pelo MDB, apostando no sobrenome para impulsionar a campanha. Com 4.285 votos, ela ficou na 79ª colocação e não obteve uma das 24 vagas.
Obras: Izidio Santos
O empresário Izidio Santos é, atualmente, vice-presidente administrativo e financeiro do Sindicato da Indústria de Construção Civil (Sinduscon-DF). Formado em engenharia civil, ele é fundador e presidente da Barsan Engenharia.
Procuradoria-Geral: Ludmila Galvão
Ludmila Galvão é mestra em direito e servidora de carreira do GDF há 22 anos. Até o fim de dezembro, ocupou o cargo máximo da Procuradoria-Geral entre os de “livre nomeação”: o de subprocuradora-geral.
Para assumir a chefia da Procuradoria-Geral, ela precisa ser aprovada em sabatina na Câmara Legislativa. Ludmila é filha do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ilmar Galvão e casada com o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Tarcísio Vieira de Carvalho Neto.
Projetos Especiais: Everardo Gueiros Filho
Advogado, ele atuou como desembargador do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) de junho de 2016 a maio de 2018. Atualmente, é sócio de um escritório de advocacia e considerado aliado próximo de Ibaneis na OAB-DF.
Relações Institucionais: Vitor Paulo
Jornalista e radialista, Vitor Paulo foi deputado distrital (2003-2006) e federal (2011-2014). Em maio deste ano, voltou à Câmara Federal como suplente de Ronaldo Fonseca (Pros), e passou a coordenar a bancada do DF na Câmara Federal.
Relações Internacionais: Pedro Luiz Rodrigues
No jornalismo, Rodrigues passou por redações como Jornal do Brasil, Jornal de Brasília e O Estado de S. Paulo – onde assumiu a direção da sucursal de Brasília. Desde 2013, ele escreve artigos para o portal Diário do Poder.
Especialista em assuntos econômicos, também assessorou ex-ministros da Fazenda, como Marcílio Marques Moreira e Pedro Malan. Rodrigues foi, ainda, dirigente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). É, ainda, servidor de carreira do Ministério das Relações Exteriores.
Saúde: Osnei Okumoto
O farmacêutico é chefe da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, desde abril de 2018, cedido pela Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul. Foi filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) entre 1999 e 2016, quando pediu a desfiliação.
Segurança Pública: Anderson Torres
O delegado federal Anderson Torres foi chefe de gabinete do deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), ligado ao presidente da República Jair Bolsonaro (PSL). A indicação para o GDF teve aval do presidente eleito, ainda em novembro.
Trabalho: João Pedro Ferraz
O advogado João Pedro Ferraz se candidatou a uma vaga no Senado Federal com o lema de “senador do Trabalho”, neste ano, mas a candidatura foi indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com o TSE, ele chegou a receber 17.589 votos – o que colocaria ele na 14ª colocação, entre os 18 candidatos ao Senado. À Justiça Eleitoral, João Pedro Ferraz declarou patrimônio de R$ 7,8 milhões, e gasto de R$ 930,2 mil na campanha.
Durante as eleições, Ferraz disse ser contrário à reforma trabalhista aprovada pelo Congresso e sancionada por Michel Temer neste ano. Ao longo da carreira, o advogado foi promotor do Ministério Público do Trabalho e procurador-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Transportes: Valter Casimiro
Bacharel em ciências contábeis, Valter Casimiro foi ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil do governo Michel Temer entre abril e dezembro de 2018. Antes, comandava a direção-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), onde entrou como servidor em 2006.
Turismo: Vanessa Mendonça
Vanessa Mendonça foi diretora nacional do Ministério do Turismo e, segundo a equipe de Ibaneis, se destacou no governo de transição. Economista e publicitária, ela tem pós-graduação em marketing e preside a Associação dos Profissionais de Propaganda do DF.
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