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Comunidade do Gama discute remanejamento da Feira do Galpão
A situação atual dos moradores da cidade do Gama chamou a atenção dos deputados pedetistas Prof. Reginaldo Veras, Celina Leão e Joe Valle. Os parlamentares abriram um espaço democrático para que a comunidade, membros da associação dos feirantes, secretários e a administração regional discutissem os impasses do projeto de reconstrução do terminal rodoviário, na manhã de hoje (16), durante reunião pública no Colégio Vitória do Setor Central.
O projeto de reforma da rodoviária da cidade prevê que os trabalhadores da Feira do Galpão, localizada no Setor Central do Gama, sejam remanejados a fim de possibilitar o início das obras. Apesar da necessidade de uma nova estrutura para atender os moradores que dependem do transporte público, a medida foi reprovada pelos feirantes, que veem a mudança de local como uma ameaça para as vendas e, consequentemente, na geração de renda da população.
O funcionamento da feira é regulamentado pela lei distrital nº 2.546/2000, que conta hoje com 94 bancas e gera 500 empregos diretos. Durante a reunião, a feirante Sirleide de Almeida lembrou que, dentro do contexto econômico do DF hoje, “o remanejamento é um retrocesso, pois nós auxiliamos no desenvolvimento da economia”, ponderou.
Sirleide e os feirantes presentes explicaram que não são contrários à reforma do terminal rodoviário, mas querem permanecer no local que estão instalados atualmente. “Queremos modernizar a nossa feira e não abandoná-la, garantindo segurança, conforto e qualidade a todos os trabalhadores e clientes”, concluiu.
Em contrapartida, alguns moradores do Gama aproveitaram a ocasião para apoiar a reconstrução da rodoviária. Rosângela Rico, do Conselho Local de Planejamento, esclareceu que a comunidade necessita de um ambiente reformado, limpo, que ofereça vagas de estacionamento. “Nós não temos nada contra os feirantes”, lembrou.
Estrutura de shopping – Diante do impasse, a sugestão de alguns feirantes e parlamentares presentes seria a inclusão da Feira do Galpão dentro do projeto do terminal rodoviário. A administradora regional do Gama, Maria Antônia Rodrigues Magalhães, afirmou que havia incluído os trabalhadores no projeto e apresentado essa proposta à Secretaria de Mobilidade do DF, mas o órgão deu um parecer negativo.
A fim de incorporar à discussão uma opinião técnica, o representante da Secretaria de Estado de Mobilidade do Distrito Federal, Jorge Nazaré, garantiu que o projeto não foi construído “a toque de caixa”.
Segundo Nazaré, “é preciso deixar claro que a configuração do terreno foi destinada à construção de um terminal de ônibus. A construção de um shopping, por exemplo, demandaria uma área e uma quantia de recursos financeiros maiores. Vamos procurar uma solução conjunta para que ninguém seja prejudicado nesse processo, lembrando que o nosso papel é técnico e dependemos de outros órgãos para executar”, explicou.
Encaminhamentos – Deputado e geógrafo por formação, Prof. Reginaldo Veras, elogiou a pluralidade do debate e citou os principais encaminhamentos: “É assim que realizamos uma reunião pública, ouvindo e respeitando todas as opiniões. Após as discussões é possível concluir que a comunidade quer a reconstrução da rodoviária, mas não concorda com o remanejamento dos feirantes. Levaremos a demanda aos técnicos de governo a fim de tentar unir ‘o útil ao agradável’. A obra tem que acontecer, mas os feirantes não podem ficar parados, afirmou.
O parlamentar vai continuar acompanhando o debate e levará pessoalmente a discussão ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
Fotos: Anna Cléa Maduro/CLDF
Anna Cléa Maduro (Assessoria de Imprensa)