Cine Itapuã Mais Perto que Longe, a Reforma e a Reestruturação Vão Acontecer?

Ato 'Itapuã pela Arte', marcado para o dia 05 de maio de 2013, na Praça do Complexo Cultural Itapuã.

Itapuã Com uma mistura de amor, saudades, nostalgia, vazio, um pouco de indignação e muito espírito de luta – próprio de quem quer resgatar algo valioso–é que as classes artística, educacional e política, o poder público e membros da comunidade do Gama, e, até de outras cidades, estão se reunindo para realizar o “Ato Itapuã pela arte”, que acontecerá no dia 05 de maio de 2013, na Praça do Complexo Cultural Itapuã. As atividades terãoinício com um farto café da manhã seguido por uma vasta programação cultural e comunitária. Grupos religiosos, gestores públicos, o Conselho Regional de Cultura do Gama, parlamentares, arquitetos, produtores culturais, poetas, artesãos, músicos, cineastas, e grupos que fazem arte e cultura, como, por exemplo, o Bagagem e o Voar – de teatro de bonecos, irão participar. Quem quiser tomar parte ativa no “Ato Itapuã pela arte” ainda pode se inscrever pela página do ato no facebook (link abaixo) até o dia 15/04. Mesmo quem não venha a participar diretamente pode contribuir com ideias, sugestões e críticas. Basta navegar um pouco sobre o conteúdo, conhecer a proposta, ver o que as pessoas estão fazendo, quem está participando e dar sua contribuição.

Leda Carneiro – gestora na Cia. Bagagem – Teatro de Bonecos, durante a segunda reunião do grupo que organiza o “Ato Itapuã pela arte”, questionou sabiamente para provocar a ação dos presentes: “Temos a ideia, o sonho, mas… E a estrutura? E as condições técnicas que toda produção profissional deve ter? O que cada pessoa ou representante de sua organização, que aqui está, pretende fazer concretamente?”. Em meio ao caloroso burburinho diversas proposições surgiram: adiamento da data, para que haja prazo legal para se conseguir recursos da SeCult, por meio de emendas parlamentares, através de patrocínios, etc. “Estamos falando do segundo maior cinema de Brasília, de importância afetiva para a cidade”, enfatizou o ator e poeta Laércio Nicolau. Porém, o desejo de todos e todas em mostrar o talento e a força da nossa gente falou mais alto. Decidiu-se que, nesse primeiro momento, cada ente e agente que aderir ao ato irá contribuir com o que for possível para a realização desse grande encontro. Ficou claro para todas as pessoas que o “Ato Itapuã pela arte” não será um evento festivo público ou particular, comemoração ou show. Todos ficaram conscientes de que é uma continuidade do diálogo estabelecido entre o poder público e a sociedade civil organizada para resgatar esse importante espaço público que é o Complexo Cultural Itapuã, e, trazê-lo de volta, renovado e ativo, para a população. Ficou gravado no consciente coletivo dos que estão participando desse processo de resgate de equipamentos e espaços públicos da cidade, que nessas lutas, as conquistas e as vitórias são de todos e todas e de toda a sociedade.

Da Redação Por Flávio Pinheiro e Leandro Sena

A importância da participação popular

A transparência e o controle social nas decisões e ações do poder público

No dia 23 de março de 2013 a Administração Regional do Gama promoveu uma Audiência Públicasobre a reforma e a reestruturação do Complexo Cultural Itapuã. A ação aconteceu no Centro de Ensino Especial do Gama. O administrador regional da cidade – Márcio Palhares e sua equipe – trouxeram a classe artística e a comunidade para o exercício pleno da cidadania através da participação democrática, popular e paritária na gestão pública. Antes do dia 23 houveram quatro reuniões organizadas entre entes e agentes, tanto do poder público, do Conselho regional de Cultura do Gama, da classe artística,quanto de pessoas de outros segmentos que precederam a Audiência Pública. Esses encontros resultaram em acordos mútuos e em encaminhamentos e proposições coletivas a serem acolhidos na audiência.

O ritmo de organização de todos conduziu a um resultado sinérgico: que o complexo Cultural Itapuã venha a ser um espaço multiuso, transformando-se em cineteatro e palco para apresentações musicais e de dança. Que seja construído um foyer adaptado e dedicado a receber exposições fotográficas, obras de arte e outras intervenções alternativas. A coletividade chegou à plena conclusão de que tudo isso é possível, desde que haja celeridade nas ações, boa vontade política e por parte da gestão pública, e, a tranquilidade e isenção, necessárias para se busque os recursos financeiros em variadas fontes, como o Programa Cinema Perto de Você – Ancine / MinC, fundos, emendas ao orçamento por parte de parlamentares. Um dos acordosmais importantes para o êxito do empreendimento é que os projetos técnicos serão licitados através de editais de chamamento, em concursos públicos em nível nacional. Ficou acordado que tais projetos serão submetidos ao parecer e à intervenção técnica de arquitetos e outros técnicos do poder público local e da sociedade civil organizada, além de ficarem sujeitos à aprovação popular, principalmente por parte dos produtores das áreas afins que irão utilizar e atuar com seus projetos culturais e artísticos no local.

A audiência Pública contou com a presença de estudantes, professores, ativistas, produtores culturais, radialistas, artistas do cinema, audiovisual, teatro, música, entre outros e grupos organizados e estabelecidos no Gama como o Madeb – Movimento Afrodescendente de Brasília eas companhias de teatro de bonecos Voar e Bagagem – que desenvolvem importantes projetos culturais. Lideranças e pessoas da comunidade, assessores parlamentares de deputados da CLDF, a deputada federal Erika Kokay e o Secretário de Estado de Cultura do Distrito Federal – Hamilton Pereira também se fizeram presentes. O gamense de coração Adauto Rodrigues – que administrou a cidade do Gama na gestão anterior à atual, e que é, juntamente com Francisco Sales e outros colaboradores, um dos precursores do complicado processo que definiu perante a justiça a posse e o domínio do espaço do “Cine Itapuã”, compôs, assentando-se à mesa de trabalhos, e,dividiu como público presente um pouco da história da cidade, do cine e das batalhas processuais que enfrentou com sua equipe por mais de um ano e meio. Adauto reconheceu e elogiou a postura de seu sucessor – o administrador Márcio Palhares, no sentido de dar continuidade a todo o processo e de chamar a sociedade para participar de todas as fases dessa construção através da audiência pública.

Um pouco da história do Complexo Cultural Itapuã

O “Cine Itapuã” é considerado o segundo maior cinema de Brasília

Inaugurado em março de 1961, o Centro Cultural Itapuã ficou sob a gestão da Empresa Cinematográfica Paulo Sá Pinto e funcionava predominantemente com produções de cinema. Foi considerado à época o segundo maior cinema de Brasília, e por muitos anos, foi a melhor opção de lazer e entretenimento para a sociedade gamense.

Em 1986, para evitar que o “Cine Itapuã” fosse desativado e vendido a uma igreja, os comerciantes do local se uniram para comprar o espaço e o doaram ao Governo do Distrito Federal. O cinema sofreu uma pequena reforma em 1988 e veio a ser reinaugurado sob a administração do Cineclube Porta Aberta. Nessa época, foram exibidos filmes de arte, além da programação do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Foram lançados inúmeros títulos nacionais, além de vários filmes curta e média metragem, inclusive da obra do cineasta Afonso Brasa. O espaço passou a receber também peças de teatro, palestras, formaturas e outras atividades. No entanto o demorado processo de regularização foi finalizado somente no ano de 2012. Foram anos de esquecimento. O atual estado do espaço é o de total abandono: equipamentos deteriorados, piso danificado, rachaduras, instalações elétricas soltas e janelas quebradas. Agora, o “Cine Itapuã” está definitivamente sob a responsabilidade da Administração Regional do Gama e voltará a ser, em breve, após sua reforma, reestruturação e reaparelhamento, o mais nobre ponto de encontro e lazer da cidade.

 

Como antigamente!

Arte e cultura através da iniciativa popular

Como em toda luta para realizar um evento de iniciativa popular, os artistas sempre encontram empecilhos como problemas com a estrutura, divulgação, apoio institucional, entre outros. No caso do “Ato Itapuã pela arte”– idealizado e proposto durante a audiência pública por José Garcia Caianno (o Dedé – da Banca de Poetas) o desafio de produzir o evento está sendo aceito pela iniciativa popular, grupos organizados e também pela Administração Regional do Gama, que apesar de não estar disponibilizando recursos financeiros, está participando com uma pequena estrutura de som, transporte, autorizações próprias e junto aos órgãos competentes e na articulação com parceiros e apoiadores para fortalecer a estruturação da construção do manifesto público. Novas parcerias estão sinalizando o apoio e/ou adesão ao “Ato Itapuã pela arte”.

Venha fazer parte desse ato de fé e vontade de participar das decisões que são realmente importantes para a cidade do Gama e para qualidade de vida de todos nós. Acompanhem as ações de construção do “Ato Itapuã pela arte”, iremos deixá-los informados de toda a programação nas páginas do grupo. Seguem os links:

 
http://www.facebook.com/groups/444542518959533/

http://www.facebook.com/groups/444542518959533/events/

http://www.facebook.com/pages/Ato-Itapuã-pela-Arte/4555037145


Da redação Por Flávio Pinheiro e Leandro Sena

 

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