Meio Ambiente e Sustentabilidade

Catadores de lixo começam a fazer coleta seletiva em cinco regiões do DF

O objetivo principal é fazer com que o sistema comece a funcionar em mais regiões. O SLU monitora o serviço por meio de aparelhos de GPS instalados nos caminhões

Da Redação do Correio Braziliense – 17/07/2016 08:10


A Recicle a Vida atende Samambaia: contrato de quase R$ 400 mil por ano

O sistema de coleta seletiva do Distrito Federal recolhe, mensalmente, cerca de 4.400 toneladas de materiais recicláveis em 22 regiões administrativas. Até então, a arrecadação dos detritos era de responsabilidade de apenas duas empresas privadas: CGC e Valor Ambiental. O cenário, entretanto, foi transformado na última segunda-feira, quando quatro cooperativas de catadores de lixo — contratadas em maio — iniciaram a prestação do serviço em Brazlândia, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Samambaia e Santa Maria.
 
A coleta havia sido suspensa nas localidades em dezembro de 2015, para viabilizar o desenvolvimento de um novo modelo. O programa inédito é composto pelas associações Acobraz, Recicle a Vida, Renascer e R3. Todas assinaram contrato com vigência de 12 meses e valor unitário anual de R$ 383.183,52. As associações passaram por um longo processo de seleção. O edital divulgado pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) exigia, por exemplo, a utilização de Equipamento de Uso Individual (EPI), uso de uniforme, treinamento de equipe, apresentação de um caminhão com menos de cinco anos de uso e disponibilização de relatórios.
 
Em relação à prestação de serviço, o modelo difere-se do anterior, principalmente em dois aspectos: as empresas privadas são remuneradas de acordo com o peso dos materiais coletados, enquanto as cooperativas recebem o valor assinado em contrato, mediante o cumprimento das rotas nos locais e horários previamente definidos — o SLU monitora o serviço por aparelhos GPS instalados nos caminhões de coleta. Além disso, conforme estabelecido no novo sistema, as associações são responsáveis pela triagem do lixo.
 
A presidente do SLU, Kátia Campos, acredita que as novas medidas renderão bons resultados. “Devido às mudanças, a coleta somente do reciclável é estimulada. Além disso, conseguiremos disseminar, entre a população, o reconhecimento aos catadores. Eles são prestadores de serviço público. O trabalho de cada um não é apoio ou ajuda”, ressalta.
 
As equipes de trabalho são compostas por motorista, mobilizadora, encarregada de supervisão e dois catadores. Os grupos farão duas rondas por semana nas áreas residenciais e três nas quadras comerciais. Com o novo modelo, as cooperativas esperam atender 473.719 habitantes e recolher, mensalmente, cerca de 390 toneladas de materiais recicláveis. Os veículos de coleta circularão, de segunda-feira a sábado, por 90% da Candangolândia e do Núcleo Bandeirante, 60% de Brazlândia, 30% de Santa Maria e 15% de Samambaia.
 
Sistema
Nas ruas, enquanto alguns profissionais recolhem o lixo seco, o responsável pela mobilização da comunidade bate nas portas dos moradores para sanar dúvidas relacionadas à separação dos resíduos e entregar informativos com as datas e os turnos da coleta seletiva. Os mobilizadores utilizam um aplicativo específico, desenvolvido pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), para marcar quais residências foram informadas acerca do novo modelo de coleta seletiva.
 
Após o recolhimento, todos os detritos são encaminhados à cooperativa. Lá, são despejados em grandes esteiras para a realização da triagem. Nesse momento, cada catador fica responsável por um tipo de material: garrafas pet verdes ou transparentes, papelões, jornais e papéis, entre outros. Os objetos passíveis de reciclagem são vendidos à Capital Recicláveis e o rejeito segue para o aterro do Jóquei. Os lucros obtidos com as vendas são direcionados, exclusivamente, aos catadores.
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