Meio Ambiente e Sustentabilidade
Aves nativas são mortas por agrotóxicos na Ponte Alta do Gama
As juritis são as maiores vítimas dos agrotóxicos
Várias espécies de aves nativas tem sido envenenadas na região da Ponte Alta de Baixo, no Gama-DF. Os envenenamentos tem ocorrido nas lavouras localizadas nas margens da rodovia DF-180, que liga a DF-290 à Br-060.
Foi constatada a mortandade desses pássaros nas plantações de milho, causada por uso de um agrotóxico. Suspeita-se estarem usando um produto conhecido como furadan, conforme informações apuradas no local pela Patrulha de Inteligência Ambiental. Uma perícia no solo dessas lavoura poderá comprovar esse o crime ambiental. Esse agrotóxico é misturado nas sementes na hora do plantio e envenena as aves que tentam se alimentar delas. É colocado nas covas com objetivo exclusivo de eliminar essas aves que desenterram as sementes e se alimentam, até mesmo depois de germinadas. É um método criminoso que além de ameaçar a extinção dessas aves, causa danos ao meio ambiente e à saúde humana. Esse agrotóxico, de acordo com pesquisas, infiltra no solo contaminando-o, chegando até o lençol freático, permanecendo na planta da raiz ao fruto. Se consumido pode provocar câncer e morte em animais ruminantes.
Existem outros métodos de proteger as lavouras dessas aves. Um deles é fazer uso de rojões, alto falantes com ruídos estridentes, vigilância, espantalhos, e outros.
Alguns agricultores dessa região ao fazer o plantio, deixam espalhados fora das covas grãos dessas sementes para essas aves se alimentarem, evitando que não desenterrem as que foram semeadas. Poucos agricultores da Ponte Alta não utilizam esse agrotóxico e usam métodos não danosos ao meio ambiente para preservar as suas lavouras.
CRIME AMBIENTAL
A utilização desse agrotóxico nas lavouras é crime ambiental, conforme a Lei 9.605/98 no seu artigo 56. O Decreto 3.179/99 que regulamenta esta lei reza no seu artigo 43-São crimes, produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou em seus regulamentos: Multa de R$ 500,00 (Quinhentos reais) a R$ 2.000.000,00 ( dois milhões de reais)
O emprego de produtos químicos no combate a ervas daninhas e pragas nas lavouras, pode causar sérios problemas ao solo, ao meio ambiente, contaminar os alimentos e acabar causando danos ao consumidor final dos alimentos, em geral, de natureza respiratória, neurológica, cancerígena, entre outras. Intoxicação, dor de cabeça, mal estar, fraqueza, sonolência e dor no estômago são alguns dos principais efeitos dos agrotóxicos sobre a saúde das pessoas que trabalham com esses produtos.
Uma equipe da Patrulha de Inteligência Ambiental, ONG que investiga crimes ambientais, esteve nessas lavouras e registrou a morte dessas aves e até armadilhas para capturá-las. No lado oficial uma viatura do BPMA-DF do GTA (Grupo Tático Ambiental) esteve numa dessas lavouras, ouviu trabalhadores e registrou essa ocorrência.
Tudo leva a crer que está havendo descumprimento do artigo 225 da Constituição Federal e da Lei 9.605/98 por parte dos órgãos do Poder Público encarregados de proteger o meio ambiente, não fiscalizando a forma de plantio dessas lavouras no DF. A onde estão o IBAMA, EMATER-DF, IBRAM, DEMA, entre outros.
Uma cena que não repete mais no final das tardes na Avenida Contorno, margeando à quadra 12, Conjuntos A e B, do Setor Sul do Gama, é revoada das juritis (pombas do bando) vindo da região da Ponte Alta de Baixo e indo para o pouso na região de Santa Maria. Também estão sendo assassinadas nessa região.
Além do agrotóxico, arapucas são colocadas para captura da aves na Ponte Alta
Numa dessas lavouras de milho, um gavião ao se alimentar de uma juriti também foi morto. A ave estava envenenada.
Da Redação do portal Gama Cidadão