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Ãrtesãos e catadores apresentam peças artísticas em exposição no Gama
Mostra Polpa Moldada para as Artes reúne 180 exemplares de máscaras produzidos por artesãos e catadores de lixo reciclável de sete cidades do DF
Correio Braziliense – 21/09/2017 08:06 / atualizado em 21/09/2017 08:48
Começa nesta quinta-feira (21/9) e segue até sábado, no Gama, a exposição que apresentará um conjunto de 180 máscaras decorativas e produzidas com papel reciclado. A mostra Polpa Moldada para as Artes reúne peças confeccionadas por artesãos e catadores de lixo reciclável que participaram de uma série de oficinas realizadas em sete cidades do Distrito Federal.
Os workshops foram promovidos para colaborar com o processo de reciclagem e a preservação do meio ambiente, além de contribuir com a produção individual e o lucro de pequenos produtores, artesãos e recicladores do Distrito Federal. A técnica de confecção das máscaras recebe o nome de polpa moldada por consistir de uma mistura de papel e água que é, posteriormente, moldada por meio de um sistema de sucção a vácuo.
A Estrutural foi uma das cidades por onde a oficina passou. A gerente de projetos da Associação da Melhor Idade, Integração e Sociedade (Amis), Luciene Alves, conta que os participantes do workshop, realizado na entidade, viram na atividade uma oportunidade de estimular a criatividade e de ter uma nova fonte de renda.
“Foi um trabalho prático bacana. Não houve só o lado visual. Ele despertou a criatividade de cada um dos participantes, que eram artesãos, ex-catadores, jovens, idosos, deficientes. Eles fizeram 30 máscaras e vão receber R$ 10 a cada uma. Muita gente também ficou interessada em como fazer a máquina, para continuarem produzindo”, relata Luciene.
Arte e inovação
O idealizador da proposta e coordenador da exposição, Marco Augusto de Rezende, afirma que já trabalhava com artes desde antes da realização do projeto. Ele conta ainda que descobriu o processo de produção da polpa moldada ao pesquisar como eram feitas as caixas de ovos. Depois disso, tentou projetar um equipamento menor que o utilizado nas indústrias, de menor custo, portátil e que pudesse ser utilizado por cooperativas de recicladores de lixo e artesãos para a produção de outros objetos.
O dinheiro, fornecido pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF), permitiu a elaboração de dois equipamentos para moldelagem, que serão doados às associações de catadores e artesãos e vão permitir a confecção de até mil peças por dia. Além de máscaras, os beneficiados poderão produzir embalagens, telas ecológicas para pintura, vasos e outros objetos decorativos.
“Foram dois anos de pesquisa. Transformamos um objeto muito grande e caro em algo pequeno e acessível porque, antes, só as indústrias faziam isso. Além da reciclagem, esse projeto pode gerar renda para as cooperativas. Inclusive, muitos locais já estão formando grupos de produção e duas entidades já fizeram convites para receber a exposição de máscaras feitas por eles”, celebra Marco Augusto.