Entrevista
À queima-roupa: Jofran Frejat
O senhor foi cinco vezes deputado federal e disputou as eleições em 2010 como vice na chapa de Joaquim e Weslian Roriz. Até hoje ainda é citado como nome forte para a votação deste ano. Será candidato?
Eu sou citado em toda parte, mas ninguém vem me procurar. Por enquanto, estou quieto e a tendência é que eu não dispute coisa nenhuma. Não vejo nenhuma coalizão em torno do meu nome. O PR está trabalhando a candidatura do Arruda ao governo. Naturalmente, se o cabeça de chapa é de um partido, as outras vagas majoritárias ficarão com outros partidos. Sei que só vou ser escolhido se for por exclusão, se fulano ou beltrano for impedido de concorrer é que vão pensar em mim. Até agora, não sou a primeira escolha de ninguém.
Isso deixa o senhor magoado?
Não, mas vamos ver o que acontece. A partir de março, as coisas devem se definir. Não estou com muito apetite de concorrer, se me procuram eu converso, opino. Estou aposentado, em casa, a única coisa que faço por enquanto é encher a paciência da minha mulher. Vejo movimentações pelos jornais, mas ninguém me chama para reunião nenhuma. Às vezes, recebo um ou outro telefonema de gente querendo saber que cargo eu vou disputar. Fui deputado federal por cinco vezes e a verdade é que na última legislatura eu já estava completamente desestimulado.
O que o desestimulou?
Eu sou trabalhador, acordo cedo, corro atrás para resolver as coisas. Mas na Câmara, não conseguia produzir. As coisas não andam por lá. Só quando fui da Comissão de Seguridade Social é que me sentia produtivo. Apresentava projetos, trazia ideias, mas as coisas ficavam engavetadas, nada acontece ali dentro. Sou médico, sou prático, tenho esse espírito de cirurgião: se está sangrando, vamos correr para resolver, para estancar o sangue. Mas lá na Câmara fica todo mundo só naquelas briguinhas. Me cansei. No meu primeiro mandato, fui constituinte, participei daquele momento mágico. Mas depois de duas, três, quatro legislaturas, você se decepciona. Quando chegou a quinta, vi que era hora de descansar.
E se fosse algum cargo majoritário? O senhor disputaria?
Se fosse outro cargo, eu poderia pensar. Mas é preciso que haja uma união de forças. Ninguém é candidato de si mesmo. Na época das filiações partidárias, todo mundo me procurou. Minha campainha, que estava há anos sem tocar, até enguiçou de tanta gente que veio à minha casa. É verdade! Mas me procuravam para quê? Para eu ser candidato a deputado? Para isso eu nem precisava mudar de partido e fiquei no PR mesmo. Ninguém me queria como protagonista, só como coadjuvante. Mas coadjuvante eu já tenho sido há muito tempo.
Se for candidato, qual será o seu lema?
Tenho competência e correição de procedimentos. Já basta o que Brasília sofreu, as forças da cidade têm que se movimentar para escolher pessoas corretas e decentes. Precisamos tirar a nossa cidade dessa situação.
Da redação do Eixo Capital