Entrevista
À queima-roupa: Antônio Carlos de Andrade, o Toninho do Psol
Crédito: Adauto Cruz
O senhor vai disputar novamente o Governo do Distrito Federal?
Há uma unanimidade no PSol com relação ao lançamento da minha candidatura. Em primeiro lugar, por conta dos quase 200 mil votos que recebi no último processo eleitoral, o que representou um acúmulo muito importante. Também porque hoje, ao lado da Maninha, meu nome é bastante conhecido na cidade. Por conta disso, sou pré-candidato, sim. Não lancei candidatura, ao contrário de vários outros políticos por aí, porque a legislação eleitoral é rigorosa. Mas tenho feito reuniões e visitas em várias cidades.
Na última eleição, o senhor teve quase 200 mil votos e ficou em terceiro lugar, em uma disputa concentrada em torno de Agnelo e Roriz. Agora, há pelo menos quatro chapas no campo da esquerda. Será possível repetir o mesmo resultado nesse novo cenário?
Acho que há um espaço para uma proposta de esquerda com esse caráter democrático e popular, como a gente sempre pregou. As demais candidaturas de esquerda estão procurando alianças amplas demais, o próprio Rodrigo e o Reguffe fizeram parte da coligação que elegeu Agnelo em 2010. Diante disso, acho que há espaço para manutenção do percentual obtido e para crescer ainda mais, mantendo a coerência e um programa em defesa da ética e do fim da corrupção. Nesse sentido, a eleição em dois turnos é importante para o eleitorado conhecer propostas e contradições dos candidatos.
O deputado Reguffe (PDT) já declarou que sonha com uma aliança com o senhor, assim como o senador Rollemberg. Está descartada a formação de uma chapa com algum deles?
A decisão do PSol é ter candidatura própria no DF e em todos os estados. Queremos um lugar ao sol e só vamos ser conhecidos se tivermos candidaturas para defender publicamente. Respeito Reguffe e Cristovam, que são políticos muito sérios. O diálogo está aberto para 2014, mas não para fechar alianças agora. Ainda não sei qual vai ser o tamanho da coligação liderada pelo senador Rollemberg. Podemos conversar no futuro, sim, não vejo problema. Mas não somos estepe para candidatura nenhuma, não estamos aqui para ser usados. Vamos experimentar, ver como nomes rebatem junto à opinião pública. Acho importante debater nossas convergências e divergências. Com isso, ganham os eleitores.
Em 2010, Maninha teve uma votação expressiva, maior do que vários candidatos que acabaram eleitos. Mas ficou de fora porque o Psol não atingiu o coeficiente eleitoral. Dessa vez, o partido fará coligação para evitar que isso se repita?
Temos chapa forte para distritais, com Maninha e outros nomes de peso. A Câmara Legislativa precisa muito de mudanças. A questão de formar uma coligação está em debate e temos um diálogo com os dirigentes de partidos como PSTU e PCB para formação de uma chapa de esquerda, o que talvez nos dê maior de tevê. Isso é fundamental.
As recentes manifestações públicas, com protestos contra os partidos políticos, ajudaram a reforçar o discurso do Psol?
As manifestações mostraram o cansaço da população, principalmente da juventude, com os partidos tradicionais. Estive em todas elas com o senador Randolfe, com o deputado Chico Alencar e com a Maninha. Havia uma franca simpatia com a nossa presença nessas manifestações.
Fonte: Blog Eixo Capital