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A festa no Céu da acessibilidade
Encenado pela atriz e cadeirante, Jarlene Maria, o projeto “Acessibilidade no Parque” terá várias apresentações bem-humoradas de espetáculo com estudantes com deficiências e ainda propiciará um passeio cultural no parque infantil do Setor Leste do Gama.
Acesso real, divertido, meio à natureza, gerando diversão e sonho. O projeto Acessibilidade no Parque que será iniciado nesta quarta-feira (20/10) com quatro apresentações (9h,10h, 13h30 e 14h30), na praça do parque infantil do Setor Leste do Gama, terá de tudo um pouco. Novas apresentações na quinta e sexta (21 e 22), nos mesmo horários (9h,10h, 13h30 e 14h30). Serão 12 apresentações da atriz e cadeirante Jarlene Maria com contação de história e teatro de bonecos para o público infantil, inspirado no conto popular intitulado “A festa no Céu” que trata da temática do preconceito e acessibilidade. O projeto contará com ônibus para levar estudantes deficientes gratuitamente para um passeio cultural no local onde serão realizadas todas as apresentações. O projeto é patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (SECEC-DF), do GDF.
“Acessibilidade no Parque” é dedicado às crianças deficientes, com idade entre 06 a 10 anos oriundas de famílias residentes em localidades de baixo IDH (índice de desenvolvimento humano) matriculadas em creches e centros de ensino infantil, públicos ou filantrópicos que serão levadas em ônibus escolar para participar das atividades na praça, além de público em geral e turistas.
Segundo a produtora executiva do projeto, a palhaça Alegria Cadeirante, Jarlene Maria de Oliveira, o projeto vai realizar intervenções artísticas dedicadas à infância e turismo patrimonial, mostrar obras artísticas e literárias produzidas no DF, realizar o registro em vídeo para que o grupo possa ter material audiovisual para difusão da iniciativa Brasil e no exterior.
A Palhaça Alegria Cadeirante observa que as apresentações no parque contarão com músicas sobre acessibilidade e conscientização para o respeito às diferenças para estudantes.
Para o diretor artístico da iniciativa, Marco Augusto Rezende, eles objetivam ações bem importantes como: integrar no mesmo projeto artistas que pesquisam as linguagens do palhaço, música e teatro de bonecos, criar uma metodologia de inclusão no parque com qualidade para participar de outras edições em outras localidades, realizar pesquisa sobre inclusão e acessibilidade e ainda realizar pesquisas sobre teatro de animação, técnicas circenses e intervenções urbanas com as artes cênicas.
A Palhaça Alegria Cadeirante
A palhaça Alegria Cadeirante, Jarlene Maria de Oliveira, tem paralisia cerebral e diplegia espástica e com muito talento e alegria realizatrabalhos como atriz de teatro, indo a creches, escolas, orfanatos e pediatrias de hospitais públicos encantando a todos que têm a oportunidade de conhecer essas significativas ações.
Jarlene, quando pequena, não teve acesso a espetáculos teatrais, e um dia, resolveu criar o Palhaço Alegria Cadeirante para levar os temas da inclusão e acessibilidade para as crianças.
“Eu sempre fiz tudo sozinha: fui atrás de minha roupa de palhaço, das brincadeiras, de pensar do que ter no espetáculo, da divulgação… Fico super satisfeita quando, hoje aos 41 anos de idade, consigo aprovar um projeto e poder incrementar o meu trabalho e chegar a mais e mais crianças”, revela a artista.
Acessibilidade múltipla
Para ser fiel à proposta de acessibilidade, a equipe do projeto vai realizar uma série de importantes medidas para que as crianças possam aproveitar as apresentações da melhor maneira possível como intérpretes em LIBRAS em todas as sessões, divulgação direcionada e indicação em todas as peças de divulgação.
Além disso, em todas as apresentações os assistentes de produção recepcionam o público juntamente com os intérpretes em LIBRAS. As pessoas com necessidade especiais são identificadas e adentram ao espaço com o auxílio dos assistentes de produção e seus acompanhantes na seguinte ordem: primeiro os deficientes visuais, o elenco da peça faz uma rápida explanação sobre o espetáculo e permitem que os presentes, que quiserem tateiem seus bonecos, figurinos, faces e escutem as vozes dos personagens para que possam ser identificados durante a encenação. Em seguida recebem um fone de ouvido sem fio para escutar a áudio descrição. Esse processo leva em média 10 minutos e não é considerado atraso no início do espetáculo.
Em seguida os portadores dificuldade de locomoção adentram ao espaço com o auxílio dos assistentes de produção e seus acompanhantes. Depois os deficientes auditivos adentram ao espaço juntamente com seus acompanhantes e ocupam lugares reservados próximos aos intérpretes em LIBRAS. Por último adentra ao espaço o público em geral.
Ações de Acessibilidade Cultural
Marco Augusto enfatiza que as apresentações contarão com ações de acessibilidade cultural. “Está inclusa no projeto a audiodescrição para os deficientes visuais por meio de fone de ouvido sem fio. O narrador fica em uma cabine com proteção acústica de onde as ações serão narradas sem vazamento de som para os demais expectadores. Ou seja, teremos apresentações em que a inclusão não é apenas mais uma palavra bonita e solta, mas algo concreto e que fará a diferença”, finaliza o diretor artístico do projeto.