Política
A Corrupção
ARTIGO
Num momento de temor pelos rumos de nossa política, pela gravidade moral do comportamento de nossos dirigentes, é urgente refletirmos sobre as causas desse mal que tanto nos afeta.
Estudando os velhos clássicos da filosofia, podemos encontrar estudos de grande profundidade sobre esse antigo problema humano, a corrupção.
Platão, na “República”, nos diz que a corrupção resulta da contaminação da alma (psique) e relata com assustadora atualidade os problemas decorrentes para o estado. Ele concebia a alma de forma muito prática e dizia que para ter saúde moral, deve-se alimentar, higienizar e exercitar a alma, ou seja, os pensamentos e sentimentos, como se faz com o corpo físico.
Uma visão simples e elegante sobre a vida, que segundo os gregos, se rege pelas mesmas leis em todas as esferas observáveis. Ideia presente também no Kybalion (egípcio): “como acima é abaixo, como abaixo é acima”.
A crer nestes antigos povos, que por seus ensinamentos e exemplo moral nos deixaram um rico legado, nossos graves problemas poderiam ter soluções relativamente simples (mesmo que difíceis). Pois fundamentalmente, se trata de uma questão de saúde pública. Estamos doentes como estado (ou civilização?).
Com o que alimentamos nossa psique? Com boas leituras, boas conversas, bons programas e boa música? Fazemos higiene interna (pelo menos de vez em quando)? Exercitamos nossos pensamentos e sentimentos de forma saudável?
Acreditamos que as causas da corrupção são de ordem moral. E que não é um problema de alguns, e sim um mal social, disseminado no comportamento de muitos, o que torna este problema de “saúde moral”, um problema de educação. E nos referimos aqui à educação como foi concebida na origem etimológica da palavra, educere, trazer à luz o que de melhor cada um possui. Uma educação que nos faça desenvolver valores humanos. Que nos torne bons, honestos e justos, segundo Platão, a condição natural da Alma.
Talvez possamos sanar parte do problema da corrupção com pesadas multas, prisões, transparência nos gastos públicos, etc. Mas não serão leis mais duras ou mais penitenciárias que nos livrarão desse mal. Pois de pouco adianta a lei se não houver disposição em cumpri-la, e isso só se dará se estivermos convencidos de que o Bem vale a pena, assim como estamos convencidos de que o melhor é ter saúde. E para nos convencer disso, precisamos de educação.
Jean Cesar Antunes Lima
Professor de filosofia em Nova Acrópole
Currículo
Nome: Jean Cesar Antunes Lima
Data de Nascimento: 03/09/1970
Escolaridade: Superior Completo, graduado em Processamento de Dados e Análise de Sistemas pelas Faculdades Objetivo em dezembro de 1992.
Profissão: Empresário, sócio-proprietário da empresa Santos Dumont Componentes Eletrônicos, que atua no ramo de componentes, ferramentas e segurança eletrônica.
Membro de Nova Acrópole desde 1993, onde atua como professor de filosofia desde 1996, tendo ministrado centenas de palestras sobre variados temas filosóficos e milhares de horas-aula.
Fundador da filial de Nova Acrópole em Anápolis, onde permaneceu como diretor da instituição de Ago/2001 a Dez/2005.
Atualmente ministra cursos de Filosofia, Oratória, Técnicas de Estudo e Administração do Tempo nas filiais Nova Acrópole de Goiânia.